quinta-feira, 30 de junho de 2011

ZORBA, O GREGO

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O Dr. Soares disse hoje que o tratamento que as instituições da União Europeia estão a dar à Grécia é uma vergonha, porque a Grécia é a pátria e a inventora da democracia, da ciência e da cultura. Segundo o Dr. Soares, "a Grécia deveria ser bem tratada neste problema com as dívidas soberanas dos países europeus".
Eu também acho que a Grécia devia ser bem tratada, embora sempre que lá fui tenha sido maltratado, sobretudo enganado, vigarizado e roubado. Se excluirmos os países do Norte de África, é a Pátria onde o turista é mais eficazmente ludibriado. Mas não vamos fazer problema com isso, porque é a terra do Zorba, da Nana Mouskouri, e da Maria Callas.
O problema é que os gregos estão gregos porque houve por lá vários zézitos e ficararam 340 mil milhões de euros em dívida, ou seja, 30 mil euros por cada grego. Tenho pena, mas tenho ainda mais pena dos portugueses porque eu próprio sou um deles e, sendo tal, também estou grego.
Dizem-me que um jardim com quatro arbustos em Atenas tinha 45 jardineiros, um carro oficial 50 motoristas, 40 mil jovens recebiam a pensão de mil euros mensais pela singela razão de serem filhas solteiras de funcionários falecidos, 4.500 mortos recebiam a  reforma, e que o Instituto para a Protecção do Lago Kopais, que secou em 1930, continuava a ser sustentado pelo Estado. Para ser franco, acho tudo isso sem importância nenhuma e a União Europeia, solidariamente, devia fechar os olhos a tais minudências e pagar o calote dos gregos; e, já agora, o dos portugueses porque dava jeito. Afinal, também dobrámos o Cabo Bojador, descobrimos o caminho marítimo para a Índia, achámos o Brasil, e o Benfica e o FêQuêPê já foram campeões europeus.
Estou com o Dr. Soares quando diz serem os líderes europeus todos medíocres. Aliás, não são todos: precisamente 25, porque são conservadores. Salvam-se os dois socialistas. Assim é que é.
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PESCADORES DE HORAS MORTAS

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DOIS TRIBUNOS

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Pergunta o sargento ao recruta: como se limpa a espingarda? Perante a hesitação do soldado, grita o sargento: limpa-se com muito cuidado, sua besta!
Passos Coelho anunciou a intenção triste de cortar 50% do subsídio de Natal. Que diz Francisco de Assis? Pois Assis diz: a medida terá que ser avaliada com todo o rigor. Mais brilhante, só ter ficado calado!
E o Tozé Seguro? Que diz ele? O Tozé diz: estou profundamente chocado.
Dizem que, com o Zézito, não havia diálogo político. É verdade: o Zézito, à parte dizer se era porreiro pá ou não, dialogava zero, prontes. Agora há diálogo e discussão profunda da matéria. Há rigor! Há choque! Estamos a melhorar.
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O DESLUMBRAMENTO JUVENIL

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INVESTIGAR É INVESTIMENTO EMPRESARIAL

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A Ciência foi muito tempo prática incipiente e representou parte pouco significativa da actividade humana. Nos últimos séculos, desabrochou primeiro, cresceu depois, e explodiu finalmente. Chegámos à fase em que pode tornar-se ameaça para a humanidade, e não sua aliada. Dito isto assim, secamente, parece tirada pífia de ficção científica. Infelizmente não é. Toda a descoberta é potencialmente boa, e potencialmente má, dependendo do que se faz com ela.  
Por um lado, a capacidade científica cresceu a ponto de poder modificar o homem e o ambiente de forma perigosa, como já se vai vendo. Por outro, a confiança na capacidade dos cientistas para seleccionar e controlar a investigação, bem como a utilização dos seus frutos, parece não ter base. Alguém disse que, no futuro, tudo o que seja científica e tecnicamente possível fazer será feito. Isso é mau! Muito mau!
Veja-se a saúde. A investigação médica realiza, financeiramente e em recursos humanos, esforços enormes com enfermidades como o cancro e as doenças cárdio-vasculares, problemas dos países ricos. Paralelamente, passa ao lado, ou quase, da investigação sobre doenças infecciosas endémicas que são chagas do terceiro mundo, onde ceifam número assustador de vidas. A venda de medicamentos para as doenças dos ricos é comercialmente muito mais sedutora que a venda de remédios aos pobres...
A investigação científica e a tecnologia estão hoje claramente dependentes do financiamento de corporações cujo objectivo é retirar lucros. A investigação independente só é possível através de instituições públicas. Mas o custo é proibitivo, pelo que, globalmente, representa quase nada – durante a vida da defunta União Soviética, por exemplo, a sua contribuição para a investigação farmacêutica, quando comparada com a das grandes multinacionais capitalistas, foi zero.
O que se refere sobre a saúde aplica-se a quase todas as áreas científicas. Como já alguém disse, este é o século em que os perigos para o homem criados pelo próprio homem são maiores que os que nos chegam da natureza. Não planeamos seriamente o que investigamos. Não controlamos o que descobrimos. O interesse comercial reina. Libertámos o génio e não o dominamos, apesar de o alimentarmos. Matámo-nos por sermos tão inteligentes! Ou porque somos demasiado ingénuos - o mesmo que sermos estúpidos.
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quarta-feira, 29 de junho de 2011

OS GRANDES VELEIROS

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"Kaiwo Maru II"
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Mais uma imagem do bonito "Kaiwo Maru II", navio de treino japonês, já aqui apresentado.
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MOMENTOS DE REFLEXÃO

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ÉTICA E RELIGIÃO

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É difícil definir ética correctamente, com abrangência e acuidade, mas não interessa neste momento ser rigoroso. Vamos admitir, de forma simples, que é uma disciplina dedicada ao comportamento, com preocupação principal na qualificação e regulação dos seus valores. Está muito coxa a definição, mas serve.
Então, o homem preocupa-se com a qualidade daquilo que faz, está bom de ver? Pois preocupa e não está  explicado porquê. Clifford Pickover, investigador da IBM em Nova Iorque, num texto de há uns anos, escreve sobre dois hipotéticos mundos, um sem Deus, mas em que os habitantes acreditam, e outro com Deus, em que os habitantes não acreditam. Faz considerações várias sobre respostas a perguntas de inquéritos que realizou sobre as duas alternativas e, a páginas tantas, diz assim: alguns acreditam que as pessoas se comportam mais humanamente num universo em que se acredita em Deus. É esta a matéria onde queria chegar.
Está a ética ligada à religião? Ou melhor, é a ética uma componente cultural dependente da religião? Melhor ainda, sem religião, não haveria ética? É a grande questão. Segundo Pickover, há quem pense que um sistema ético dependente da fé num Deus omnisciente e vigilante, ou vingativo, não tem pernas para andar porque, se colapsa a fé, colapsa a ética.
Não me parece ser necessária religião para a sobrevivência da ética. Embora fortemente influenciada por ela, em boa verdade é componente da cultura global. E, provavelmente, faz parte do património genético da grande maioria dos seres. Logo, existe mesmo sem fé.
A preocupação dos que, ideia sim, ideia não, falam da ética republicana será forma de tirar à religião o que temem seja o conceito generalizado: que a ética é propriedade e monopólio dela.
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GRÉCIA

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Os governos "tipo Zézito" da Grécia, da esquerda e da direita, puseram o País de tanga: é preciso protestar e dar cabo disto tudo!
Já está, pá!...
Porreiro!
E agora?!
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FOTOGRAFIAS HISTÓRICAS

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O carro do povo (VolksWagen) é apresentado com música, foguetes e espavento.
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terça-feira, 28 de junho de 2011

OS GRANDES VELEIROS

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"Thomas W. Lawson"
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Este navio, sem graça nenhuma, aparece aqui porque foi o maior veleiro sem motor auxiliar alguma vez construído. Era uma escuna de sete mastros e casco de aço concebida para fazer navegação comercial no Pacífico, mas acabou por, principalmente,  transportar carvão e petróleo ao longo da costa Este dos Estados Unidos. Construído em 1902, foi destruído por uma tempestade ao largo das Ilhas Scilly, ou Sorlingas, perto da Cornualha, morrendo 16 dos seus 18 tripulantes. Maiores veleiros, mas com motor auxiliar, foram o “France II” e o “R.C. Rickmers”, alemão.
Tinha 145 m de comprimento, 15 m de boca e 10,7 m de calado quando com carga completa, e deslocava 11.000 t. As 25 velas correspondiam a 4.300 m2 de pano, atingindo a velocidade de 16 nós.
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CENTRAL DE PAINEIS SOLARES

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Técnico da assistência em labor
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HÁ MAIS VIDA

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Há uma pergunta frequente a que ninguém responde. Não significa isto não haver respostas. Parece a conversa idiota, mas não é. É que chamamos respostas a meros palpites, opiniões, crenças, ou fés. E a pergunta é: há mais vida no universo, além desta da Terra? Mais vida para além do défice já houve, mas acabou. Mais vida para além da Terra, não se sabe.
Provavelmente, a vida surgiu em resultado do encadeamento de reacções químicas aleatórias, em meio inesperadamente favorável, e resistiu à extinção graças à conjugação de enorme número de circunstâncias propícias e pouco prováveis à primeira vista, acabando nisto que somos nós e nossos companheiros da biosfera. A probabilidade de os mesmos fenómenos, ou fenómenos afins, terem ocorrido noutro local do universo é demasiado pequena para podermos entendê-la. Mas o nosso entendimento é muito curto quando se entra na escala do universo. Na realidade, ainda há pouco pensávamos ser o centro do mundo, antes de percebermos ser apenas parte secundária do Sistema Solar, e chegarmos depois à conclusão de que somos fracção mínima de uma das incontáveis galáxias constituintes de uma insignificância da parte do universo que conseguimos observar. Vistos desta perspectiva, não podemos estranhar o ficarmos espantados com algumas hipóteses sobre a origem do mundo e sua evolução.
Então, o conjunto de fenómenos físico-químicos conducentes à construção da vida, aparentemente aberrantes para o nosso tacanho entendimento, podem ter ocorrido na Terra e/ou noutros planetas; e migrado pelo espaço em veículos meteoróides, evoluindo aqui assim, e ali assado. Provavelmente, daqui a uns milhões de anos, se o Homo sapiens ainda existir, talvez possa debruçar-se sobre a matéria e chegue a uma conclusão. Neste momento, não interessa. Da mesma forma que o Ardipithecus ramidus não se preocupava com o défice público e a balança comercial, porque fundamental era encontrar caça para sobreviver, também nós agora não nos mostramos muito disponíveis para especulações  metafísico-biológicas porque temos vários fenómenos de iminência de bancarrota entre mãos, por exemplo nós, Homo lusitanus propriamente ditos.
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VILLAS-BOAS JÁ FOI DESPEDIDO?

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Abramovich, além de ter muito dinheiro, tem também a presunção de que percebe de futebol. Gasta fortunas em aquisições e, quando acha que estas não servem, corre com elas num tempo; não em três. Por isso, se espera para ver quanto resiste Villas-Boas. Há um site dedicado a medir isso. Clique aqui para ver a contagem do tempo do novo treinador, ainda na fase de euforia. Há gente mazinha! E Mourinho deve estar a sorrir com as ilusões do jovem.
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CATARATAS DE IGUAÇU

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Clique no mapa em cima para abrir o filme. Use o ícone com o ponto de interrogação para ler as instruções de visualização. Para regressar a "O Dolicocéfalo", use o botão de retrocesso do browser. Muito interessante!
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(Filme recebido de João Brito)
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MANOBRA DE APROXIMAÇÃO EM CURSO

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(28-06-2011)
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LEIA SEMPRE O RÓTULO!!!

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Descobri, enfim, o que me faz engordar!

É o "shampoo"!!!... 

 No rótulo está escrito:

    "Para dar corpo e volume".

Agora vou só usar detergente de louça - no rótulo diz:

 
  "Elimina até as gorduras mais difíceis " .

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segunda-feira, 27 de junho de 2011

OS GRANDES VELEIROS NA PINTURA

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Corveta "Andorinha"
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Corveta portuguesa dos séculos XVIII e XIX, com 24 peças de artilharia. Construída no Arsenal da Marinha, em Lisboa, e lançada à água em 1797, nesse mesmo ano interceptou ao largo de Vila Nova de Milfontes, após renhido combate, dois corsários: o francês «L'Oiseau» e o «Santa Catalina», de Ragusa. Entre 1799 e 1801 operou no Mediterrâneo, onde esteve integrada na divisão naval portuguesa de D. Domingos Xavier de Lima, 7º marquês de Nisa, um dos mais preciosos aliados de Nelson na guerra contra a França napoleónica. Em 1801, na rota do Rio de Janeiro, sustentou combate desigual com a fragata gaulesa «La Chiffonne», de 44 canhões, sendo obrigada a render-se, depois de ter infligido ao adversário prejuízos de monta e mais de uma dezena de mortos. Foi a corveta «Andorinha» que levou ao Brasil (em 1808) a boa nova da assinatura da Convenção de Sintra, que ditava a saída de Portugal das tropas de Junot. Perdeu-se em 1810 na costa brasileira, onde se encontrava em missão de soberania.
A imagem é a pintura a óleo do navio, propriedade do Museu da Marinha e da autoria de Alberto Cutileiro.
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INFANTE DE SAGRES

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CIÊNCIA ÀS GOTAS

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Karim Nader é professor de Psicologia na Universidade de Nova Iorque e, em 2000, realizou um estudo sobre a memória que revolucionou o conhecimento sobre tal área. Resumidamente, segundo o Dr. Nader, a ideia prevalecente até aí, de que a memória é qualquer coisa armazenada no cérebro usada quando recordamos um facto e que fica lá à espera da próxima vez, não corresponde à realidade. Na verdade, cada vez que usamos a memória, o facto volta a ser armazenado, mas de forma diferente, dependendo do contexto psíquico em que foi recordado. A forma original, ou desaparece, ou fica inacessível. Por isso, há testemunhas que contam a história a que assistiram, não do modo como inicialmente memorizaram os factos, mas da forma como a leram no jornal - mudaram inconscientemente.
É perturbante isto, mas abre a porta a intervenção terapêutica útil: a memória pode ser configurada através da recordação dos factos sob enquadramentos diversos, incluindo sob o efeito de medicamentos, como os beta-bloqueantes. E já tem sido isso feito para tratamento do stress pós-traumático. Voilá!
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CASCAIS

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UM PAUZINHO NA ENGRENAGEM

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Hugo Chávez foi operado em Cuba, alegadamente em situação clínica de urgência; mas pouco ou nada se sabe dos pormenores. É facto que já lá vão bastantes dias e o mistério mantém-se, parecendo haver preocupação em ocultar informação sobre o estado de saúde do Presidente, o que não é bom sinal. Chávez poderá estar muito doente, mais do que as fontes oficiais dizem.
Num regime como este, dependente de uma só pessoa, a situação é complicada: se o líder desaparece ou fica impossibilitado, perfila-se a confusão. A haver eleições sem Chávez, o futuro dos seus seguidores é nebuloso porque não se vislumbra entre eles alguém capaz de as ganhar. E o irmão de Chávez já deu o mote. Numa intervenção pública, Adan Chávez foi lembrando “Che” Guevara: “Seria indesculpável limitar-nos a eleições e não vermos outras formas de luta, incluindo a luta armada”. E, inspirado por “Che”, acrescentou: “O partido no poder na Venezuela quer manter tal poder derrotando os inimigos em eleições. Mas os apoiantes do governo devem estar prontos para pegar em armas, se necessário”. Isto é, primeiro tenta-se as eleições. Se estas não derem a maioria, então vai à porrada. Catita!
Tenho dúvidas que o chavismo sem Chávez tenha unhas para tocar a guitarra. Não há demagogos como ele ao virar da esquina. Há um neste jardim à beira-mar mas está em pousio, muito longe da Venezuela e ainda às voltas com o PEC 4. Assim, é possível que o partido no poder venha a ser derrotado em eleições e as coisas dêem para o “torto”. A América do Sul nunca foi uma região politicamente fácil. Embora melhorando pouco a pouco, há sempre um Chávez na engrenagem.
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CALHAUS

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Ἥλιος

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domingo, 26 de junho de 2011

A FELICIDADE

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SIR STIRLING MOSS

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ABRAMOVICH PAGA

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Villas-Boas e o Chelsea já levaram o preparador físico e o observador de jogos do Porto. Agora querem o Falcão e o João Moutinho. Ou antes, queriam; porque passaram a querer também o Hulk, o Rolando... e o Fábio Coentrão - só este tem 30 milhões de euros na cláusula de rescisão. Não interessa, porque também querem o Luka Modric do Tottenham, o Aguero do Atlético de Madrid, e o Neymar do Santos.
Abramovich paga, dizem os jornais. Se é assim, que mais quer Villas-Boas, além de água de rosas para se lavar por baixo e chá de pilriteiro para acalmar por cima? Talvez café Kopi Luwak para o breakfast, farofa de Içá para o lunch, chá de cavalinha para o tea, e sopa de ninhos de andorinha para o dinner. Ah ganda comilão!
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FAROL DA GUIA

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O ROSTO DOS DELÍRIOS

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Num cenário em que meio mundo sugere que a crise será uma oportunidade, a CGTP passa à acção e aproveita para tentar rebentar com isto de uma vez. Nada de espantoso. A nossa lamentável situação actual é o resultado de inúmeros erros e delírios. Carvalho da Silva é o rosto de alguns deles. A respeitosa importância que por aí se lhe dedica é causa directa de alguns outros.
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Alberto Gonçalves in "Diário de Notícias"
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'THE BEAUTY OF SIMPLICITY'


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Distinguido em Varsóvia, na categoria “The best film promoting country, region or city”, com o segundo prémio, entre 220 filmes internacionais concorrentes.
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O ACTO DE CONTRIÇÃO

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Segundo o “Diário de Notícias”, Mário Soares terá dito que “O PS tem de ser refundado de alguma maneira, tem de ser melhorado, tem de discutir política a sério e tem de ter política a sério e grandes ideias para o futuro". Depois de ler isto, fiquei mais tranquilo porque, afinal, o Dr. Soares acha que o PS não tem discutido política a sério e não tem tido política a sério. E, presumo eu com boa fé, que isso é desgraça dos últimos anos, fruto da acção do incontornável Zézito.
Tiro o chapéu ao Dr. Soares, com quem não posso estar mais de acordo nesta matéria. Várias vezes manifestei surpresa pela passividade de tanta gente responsável do PS perante as enormidades parolas e pouco limpas do aramista Zézito. Finalmente, vem uma personalidade grada do partido reconhecer isso. Outros, talvez, farão agora o mesmo. Mas porque não antes?
O problema tem a ver, admito, com o pensamento registado há horas aqui em baixo: é preciso conservar o poder, porque ter poder é bom, mesmo que não muito prestigiante. Só assim se explica a presença do Dr. Soares ao lado do Zézito na campanha eleitoral, e aquelas cenas deprimentes do congresso de Matosinhos, onde gente com obrigação de ser responsável, como Vitorino, Assis, Costa e outros janotas, colaborou num  Xfilm digno de Kim Jong il.
Chegou a hora do PS recitar o acto de contrição, e o Dr. Soares, mai-lo Assis e o Seguro, já começaram a recitação. Mas não aprendem, digo-vos eu! Na próxima, voltam a cair em tentação e fazem o mesmo.
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SUBLINHADO

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Diz-se que o Governo pondera propor ao PR a exoneração de Pinto Monteiro.
Não seria altura de o PGR, seguindo a praxe democrática, pôr o lugar à disposição? Logo se veria se o rumor corresponde à realidade.
O PGR já disse que não põe. E percebe-se porquê: é que podia ser aceite...

Magalhães e Silva in “Correio da Manhã”
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sábado, 25 de junho de 2011

OS GRANDES VELEIROS

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"Pallada"
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O “Pallada” é russo, foi construído na Polónia nos anos 80, e tem nome de deusa grega. É propriedade da federação de empresas de pesca Dalryba e serve de navio de treino de estrangeiros, com capacidade para receber 143 cadetes. Tem mais de 100 m de comprimento, 13 m de boca, e quase 7 m de calado.
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ESTILO DE ANTOLOGIA

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Portugal é nação desde o dia em que saiu a cruzar os mares. Até ali era o colono humilde que lavra ignoto a estreita gleba patrimonial. Desde então foi o cavaleiro da cristandade, o obreiro da civilização. Até então era apenas Portugal. Dali por diante começou a ser Europa, a ser mundo, a ser herói, a ser inteligência, a ser força, a ser luz, a ser liberdade, progresso, glória e civilização.
A história das nações principia e acaba onde elas começam e terminam a sua participação nas grandes metamorfoses da humanidade. Uma nação não são quatro linhas onduladas traçadas num mapa geográfico para a separar das outras nações; não é um povo que vive e passa sem deitar de si um brado que se escute além da pátria; não é um trono, um governo, um patriciado, uma plebe, uma sociedade que esconde o seu presente entre um passado sem memórias, e um futuro sem aspirações. Por isso a Polónia desapareceu, e as suas ressurreições são apenas a rápida tragédia do patriotismo, que luta desesperado contra a fatalidade. Por isso a Hungria não pôde desatar os vínculos onde a estreita a monarquia austríaca. Por isso a Sicília não pôde jamais consolidar a sua nacionalidade independente.
As nações são os órgãos deste grande todo, que se chama humanidade. Ora não há órgãos supérfluos, estéreis, a que não deva corresponder uma função. Quando a sua missão expira ou a sua inutilidade é manifesta, a Providência sentenceia, encarnando na espada do conquistador. É assim que Veneza, a senhora dos mares, agoniza e desaparece, quando os modernos descobrimentos tornam mesquinha e obsoleta a actividade marítima e mercantil da republica do Adriático. É assim que a aventurosa Cartago, última representante da civilização fenícia, empalidece e cai prostrada finalmente aos pés do povo vencedor, que é chamado a dilatar por mais remotas regiões a conquista e a civilização. É assim que as nações americanas caem, deixando apenas a memória dos seus nomes e o reflexo dos seus feitos.
É assim que neste portentoso turbilhão, que se chama a história da humanidade, a cidade de hoje será a necrópole do dia seguinte, o monumento de hoje ministrará as pedras ao monumento de amanhã, a coluna gentílica será o pedestal da estátua de S. Pedro, e a pirâmide de Queops dará sombra ao mameluko e ao fellah.
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Latino Coelho in "Fernão de Magalhães"
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'NOVUS BRASILIAE TYPUS'

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Mapa do Brasil da autoria do cartógrafo holandês Willem Blaeu, que viveu entre 1571 e 1638. Blaeu estudou astronomia, matemática, e produção de globos com dinamarqueses. Em 1635, junto com dois filhos, publicou o Atlas Novus, obra em 11 volumes com 594 mapas.
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'C'ÉTAIT UN RENDEZ VOUS'

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Em Agosto de 1978,  o cineasta francês Claude Lelouch adaptou uma câmara, giroscópicamente estabilizada, na frente de um Ferrari 275 GTB e convidou um amigo, piloto profissional de Fórmula 1, para fazer um trajecto no coração de Paris, à maior velocidade que  pudesse. A hora marcada foi o  clarear do dia.
O filme só dava para 10 minutos e o trajecto acordado foi entre a Porte Dauphine, através do Louvre, e a Basílica do Sacré Coeur. 

Lelouch não conseguiu autorização para interditar nenhuma rua, no perigoso trajecto.
O piloto completou o circuito em 9 minutos, atingindo 324 km por hora em certos momentos.
O filme mostra-o furando sinais vermelhos, quase atropelando peões, espantando pombos, e entrando em ruas em contra-mão.
O piloto terá  sido René Arnoux ou Jean-Pierre Jarier.

Quando mostrou o filme em público pela primeira vez, Claude Lelouch foi preso.
Mas  nunca revelou o nome do piloto. O filme foi proibido, passando a circular só no underground.

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(Vídeo recebido de António Pedro Fonseca)
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NAU 'FLOR DE LA MAR'

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Almocei hoje na Messe da Marinha, onde fotografei este óleo de Alberto Cutileiro, representando a nau “Flor de la Mar”. É um quadro do Museu da Marinha, ali exposto. Foi o navio, de 400 toneladas e um dos mais avançados da época, construído em Lisboa, em 1502. Seguiu para a Índia, sob o comando de Estêvão da Gama, irmão de Vasco da Gama, nesse mesmo ano e viria  a fazer nova viagem em 1505, comandado pelo galego João da Nova, viagem de que não regressou. Participou em vários episódios bélicos importantes da época, mas ficou famoso pelas circunstâncias em que naufragou.
Em 1511, Afonso de Albuquerque  (o tal do “olha que vem aí o Albuquerque"), dada a grande capacidade da nau, usou-a para transportar o valioso espólio tomado na conquista de Malaca, e ainda presentes do Reino do Sião (Tailândia) para o rei de Portugal. Mas, na noite de 20 de Novembro de 1511, no estreito de Malaca, violenta tormenta caiu sobre o navio, que se afundou, escapando Albuquerque por pouco, numa jangada improvisada. A “Flor de la Mar” levou consigo para o fundo das águas todos os tesouros que transportava: 200 cofres de pedras preciosas, diamantes “como punhos”, e muitas outras coisas, algumas das quais serão fantasia dos historiadores, a quem se deve dar sempre um desconto - a História é, simultaneamente, ciência  e actividade criativa. Mas o caçador de tesouros americano Robert Marx investiu 20 milhões de dólares para localizar os destroços da nau, o que leva a supor estar muito dinheiro no local do naufrágio. Diz ele tratar-se do navio mais rico alguma vez desaparecido no mar. E a Indonésia tem disputado judicialmente com a Malásia o direito aos salvados da nau, o que quer dizer qualquer coisa.
Se vierem a recuperar-se alguns bens, Portugal devia ter direito aos diamantes “como punhos”, pelo menos; para ajudar a tapar os rombos do governo do Zézito. Zézito que, além de não ter conquistado Malaca, só trouxe paquistaneses e moçambicanos para os comícios do PS, e nos ia pondo a todos malacos.
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Um dia explicarei porque se chamava a nau "Flor de la Mar", sendo portuguesa e não espanhola.
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sexta-feira, 24 de junho de 2011

FAROL DO CABO RASO

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MALHAR NA DIREITA

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Daniel Oliveira é cronista do “Expresso” on line, intelectual encartado, e “de esquerda”. Está contra o governo recentemente eleito, naturalmente, e não consegue refrear a fúria de começar a malhar no executivo, porque é mau (o executivo, entenda-se); e, se não é, devia ser porque é “de direita”. Hoje escreve assim:

De que me serve um governo que viaja todo em económica se depois privatiza a preço de saldo o património do Estado, causando um rombo sem remédio nos cofres públicos? De que me serve um governo com poucos ministros que implementa uma política de austeridade tal que transformará Portugal numa segunda Grécia? Resumindo: o que me interessa o simbolismo dos pequenos gestos se os grandes gestos forem irresponsáveis?

Portugal precisa de muita coisa, infelizmente, incluindo a redução drástica de despesas supérfluas, que são muitas. Desde as pequenas até às grandes. É uma boa ideia dar um sinal a todos quantos se banqueteiam à custa do erário público. A iniciativa do Primeiro-Ministro teve exactamente essa finalidade e foi bem pensada. Ataca uma parte pequena do problema, mas o problema é o somatório de muitas partes, incluindo esta. Todos estão de acordo com isto, mesmo os que dizem não estar porque é impensável para eles admitir que Passos Coelho fez qualquer coisa bem feita.   
Eu também não sei se o governo presta, ou se vai governar bem e, embora deseje ardentemente que sim, para bem de nós todos, tenho dúvidas depois do que vejo há décadas. Para já, acho bem o procedimento de Passos Coelho no que respeita à cena dos aviões, mas penso que se comentou excessivamente facto tão insignificante. A notícia chegava. Agora, pegar numa coisa destas para começar a descascar no governo, profetizando desgraças futuras e hipotéticas, não lembra ao Diabo. Só mesmo a alguém das profundezas mais profundas “da esquerda”!
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FRASE DO DIA

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Se isto é demagogia, dêem-me mais.
João Miguel Tavares, no “Correio da Manhã”, a propósito da ida do Primeiro-Ministro a Bruxelas em classe turística, e da chegada, de scooter, do Ministro Mota Soares ao acto de posse do governo.
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DE APAIXONADO A PREDADOR

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Villas-Boas manifestou o seu amor acrisolado pelo FêQuêPê e jurou fidelidade até à morte. Tinha atingido o objectivo da sua vida, dizia. Apareceu Abramovich com a carteira cheia de notas e o amor acrisolado foi pelo cano, por onde vão quase todos os amores acrisolados. Mas Villas-Boas não perdeu só o amor: perdeu também a vergonha e passou a predador do seu amado. Primeiro foi o preparador físico e o observador de jogos dos adversários; agora é João Moutinho e Falcão; amanhã será Hulk e  (quem sabe?) o próprio Pinto da Costa! Villas-Boas tem de usar prudência, não vá apetecer-lhe passar um S. Joâo no Porto e levar por lá uns sopapos.
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O BARQUINHO PEQUENINO

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                                                ...............Era um barquinho pequenino
                                      Que andava a navegar.
                                      Passaram um, dois, três dias...
                                      E o barquinho sempre, sempre a navegar…
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quinta-feira, 23 de junho de 2011

OS GRANDES VELEIROS

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Bela imagem do navio "Stavros S Niarchos", que já foi apresentado neste blog.
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FALAR CLARO TEM PREÇO

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“É graças aos soldados, e não aos sacerdotes, que podemos ter a religião que desejamos.
É graças aos soldados, e não aos jornalistas, que temos liberdade de imprensa.
É graças aos soldados, e não aos poetas, que podemos falar em público.
É graças aos soldados, e não aos professores, que existe liberdade de ensino.
É graças aos soldados, e não aos advogados, que existe o direito a um julgamento justo.
É graças aos soldados, e não aos políticos, que podemos votar..."

Este excerto, enviado por João Brito, circula na Net e é parte do discurso de Barack Obama, há dias, no Memorial Day (Dia do Veterano). Como não podia deixar de ser, é objecto de polémica; mas nem Cristo, Buda, ou Maomé estão livres dela. A polémica é o preço a pagar por quem é frontal.      
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O MAR DE D. JOÃO II

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Apesar de ter sido muitas vezes dito que a tentativa de achamento de um caminho marítimo para a Índia faz parte dos projectos do infante D. Henrique, tudo parece indicar que o «plano da Índia» é concebido por D. João II quando, ainda príncipe, passa a ter a responsabilidade pela orientação prática das navegações. É dele que parte a iniciativa de reconhecer as condições físicas do Atlântico Sul, de que encarrega Duarte Pacheco Pereira, e a decisão de prosseguir cada vez mais para sul as viagens ao longo da costa africana. São também decisão sua as duas viagens de Diogo Cão, que na segunda atinge como ponto mais meridional a serra da Parda; a viagem de Bartolomeu Dias, que leva, em 1488, navios portugueses pela primeira vez ao Índico; e, também, a missão desempenhada por Pêro da Covilhã que, no Indostão, no Golfo Pérsico e na costa oriental de África, permite recolher preciosas informações de carácter económico. Pode parecer estranho que, sabendo, já no início de 1489, da intercomunicabilidade entre os oceanos Atlântico e Índico, por informações colhidas em geógrafos árabes, não tenha decidido mandar nos anos que ainda viveu, uma armada para o comprovar. Há quem acredite ter havido entre a viagem de Bartolomeu Dias e a de Vasco da Gama armadas «secretas». Porém, carecendo essas teorias de prova histórica, é mais aceitável supor que, para concretização do seu plano da Índia, faltava uma peça essencial: a garantia de que o oceano Atlântico era mar «português».

Carlos Loures in “Vidas Lusófonas”
(http://www.vidaslusofonas.pt/index.htm)
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PROSAS DISPERSAS

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O templo, enorme, é de arquitectura bizantina. O gótico fugitivo, esbelto e rendilhado, principiando num soluço, erguendo-se num ai, e terminando, exânime, num grito de flecha agudo e lancinante, era pouco sólido.

Na catedral quase que há mais alma do que mármore. Mesmo de granito, chega a ser incorpórea. As suas colunas, duma tenuidade vertiginosa, sobem instantâneas, como o raio desce. São, por assim dizer, jactos de fé petrificados, troncos rectilíneos de palmeiras místicas, que se embebem sofregamente pelo azul, expluindo lá cima numa girândola de nervuras, numa ramaria côncava de abóbadas. A imponderabilidade extática e descarnada ergue-a da terra, mina-lhe o alicerce. É bela, é sublime, mas frágil. Um sopro a leva.

O Sacré-Coeur é, como devia ser, uma fortaleza bizantina. Levantada ousadamente no alto de Paris, tem a defender-se de Paris. Os muros são duma espessura de monumento egípcio. Há naquela arquitectura o quer que seja de engenharia militar. É um reduto de dogmas.

Não está concluído. Falta-lhe o tecto por enquanto. A maciça obesidade inabalável dos enormes pilares ascende vagarosamente à força de monólitos, à custa de toneladas. Que diferença do templo gótico, por cujas agulhas, incisivas e aéreas, a alma se evade, como um fluído eléctrico, chegando-se a procurar lá no alto, no topo das torres, no ápice das flechas, crepitamentos de estrelas, santelmos de orações...

Guerra Junqueiro,  “O Sacré-Coeur”, in “Prosas Dispersas”
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SOLITÁRIOS

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A GRÉCIA COMO FONTE DE INSPIRAÇÃO

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Não podemos ordenhar a vaca e nunca lhe dar de comer.

Konstantinos  Mihalos, Presidente da Câmara de Comércio de Atenas

O Estado não pode desempenhar o papel de empresário e foi um desastre sempre que tentou fazê-lo.

Idem

Os gregos são aconselhados a tomar o remédio que não curou a doença.

Simon Tilford, economista-chefe do Centro para a Reforma da Europa (Londres)
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MONSANTO, CIDADE, TEJO E CACILHAS

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