.
[...] Agora, a questão: quem, entre a recente legião de sensíveis envergonhados, que, a começar pelo actual primeiro-ministro, transitaram dos governos Sócrates para o de António Costa, se levantou para dizer o óbvio? Que se saiba, ninguém. Virgens numa matéria, a da corrupção, serão, e até inocentes de qualquer suspeita, mesmo que isso nos obrigue a supor neles uma quase idiotia a roçar a oligofrenia, que parece ser contradita por uma aparente inteligência e verbo fácil. Mas virgens em matéria de acordo com as mais irracionais – e irracionais a olho nu e desprevenido – políticas praticadas por Sócrates certamente não são. Dir-se-á que confundir políticas discutíveis (é um eufemismo) com a grave matéria da corrupção releva da ignorância ou da má-fé. Mas não estou a fazer confusão nenhuma. Distingo muito bem uma coisa da outra. Limito-me a dizer que há políticas que são catastróficas para além de qualquer dúvida razoável. E que pactuar com elas e, com cara de pau, continuar a insistir na sua justeza (não foi o legado político de José Sócrates um legado que suscita “orgulho”, nas palavras de Carlos César?), anula por inteiro as proclamações de “vergonha”. [...]
[...] Agora, a questão: quem, entre a recente legião de sensíveis envergonhados, que, a começar pelo actual primeiro-ministro, transitaram dos governos Sócrates para o de António Costa, se levantou para dizer o óbvio? Que se saiba, ninguém. Virgens numa matéria, a da corrupção, serão, e até inocentes de qualquer suspeita, mesmo que isso nos obrigue a supor neles uma quase idiotia a roçar a oligofrenia, que parece ser contradita por uma aparente inteligência e verbo fácil. Mas virgens em matéria de acordo com as mais irracionais – e irracionais a olho nu e desprevenido – políticas praticadas por Sócrates certamente não são. Dir-se-á que confundir políticas discutíveis (é um eufemismo) com a grave matéria da corrupção releva da ignorância ou da má-fé. Mas não estou a fazer confusão nenhuma. Distingo muito bem uma coisa da outra. Limito-me a dizer que há políticas que são catastróficas para além de qualquer dúvida razoável. E que pactuar com elas e, com cara de pau, continuar a insistir na sua justeza (não foi o legado político de José Sócrates um legado que suscita “orgulho”, nas palavras de Carlos César?), anula por inteiro as proclamações de “vergonha”. [...]
Sem comentários:
Enviar um comentário