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[...] «Com vasta ingenuidade, eu julgava que a liberdade de expressão protegia sobretudo a possibilidade de se dizer o que outros não gostam de ouvir. Por muito que eu ache retardado o sujeito que elogia Hitler, Lenine, "Che" Guevara, o estrangulador de Boston, a Irmandade Muçulmana ou o Topo Gigio, ele tem, ou deveria ter, o direito de o fazer. E eu tenho, ou deveria ter, o direito a achá-lo retardado. O mesmo vale, ou deveria valer, para as ofensas genéricas a pretos, brancos, homossexuais, heterossexuais, diabéticos ou manetas, hoje escrutinadas por multidões de intolerantes em nome da tolerância.» [...]
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[...] «Enquanto lhe permitirem, porém, o eng. Sócrates continuará no seu posto, a interpretar a recorrente rábula da austeridade, que em português significa saquear anónimos para dar aos conhecidos. Com a tenacidade dos eleitos, dá-se a fantásticos esforços e patranhas de modo a adiar a entrada do FMI, que consagraria o falhanço do Governo, e a prosseguir o saque, que consagra o falhanço do País, de longe menos importante. Um destes dias, o eng. Sócrates foi à Alemanha. Mas regressou logo a seguir, infelizmente para todos nós. Ou quase todos.»
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Alberto Gonçalves in "Diário de Notícias"
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domingo, 6 de março de 2011
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