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Esta imagem correu hoje mundo nas páginas de jornais e nas transmissões de televisão. É a fotografia de um ditador que exerceu o poder absoluto, ou quase, durante 30 anos, num País com mais de 80 milhões de habitantes; que infligiu enorme sofrimento a muitas famílias; que foi corrupto e consentiu a corrupção dos poderosos que lhe eram próximos; que exerceu o nepotismo com familiares de forma escandalosa; e que mandou matar gente que pedia a sua demissão.
A imagem corresponde a um flash da transmissão televisiva feita a partir do tribunal onde está a ser julgado. Uma das vítimas do ditador, assistindo à reportagem, terá dito que finalmente está satisfeita por o ver humilhado daquela maneira. Efectivamente, o homem, de 83 anos de idade, está dentro de uma jaula e na cama do hospital porque se encontra na fase terminal de um cancro e sofre de depressão.
É o género de coisa que dá volta ao estômago a quem tem um bocado de sensibilidade. Julgar e punir quem fez o que Mubarak fez, é legítimo, indispensável e pedagógico. Mas até Mubarak merece um bocadinho de respeito na qualidade ser humano quase moribundo. Não é justo nem decente transformá-lo em curiosidade de circo desta forma.
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