Entre os aspectos atraentes das leituras estão as formas originais de abordar ideias comuns. Por exemplo, um pequeno texto de Richard Thaler, professor na Universidade de Chicago, sobre o comprometimento.
Diz Thaler, em resumo: é do senso comum, e até princípio da ciência económica, que, na vida, é melhor para as pessoas terem várias opções à escolha. Mas tal pode não ser verdade. Há situações em que é preferível restringir as escolhas e limitar-se cada um nas orientações possíveis. Ulisses pedia à tripulação do navio para o amarrar ao mastro, de forma a poder ouvir o canto das sereias sem cair na tentação de atirar a nave contra as rochas, e obrigava os marinheiros a tapar os ouvidos, enchendo-os de cera. E Cortez queimou os navios quando chegou ao México, prevenindo a possibilidade de as tripulações manifestarem desejo de regressar à pátria. O comprometimento é indispensável na vida do homem.
Muitos dos mais espinhosos problemas da humanidade só têm solução através do comprometimento, seja o aquecimento global, seja a paz no Médio Oriente. É preciso que todo o protagonista assuma um compromisso; e, em situações de confronto entre dois protagonistas, também que cada um acredite no cumprimento do outro. A multiplicidade de opções em casos assim é fatal.
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