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Há tempos, em declarações à agência Lusa, Otelo Saraiva de Carvalho eructou algumas considerações, a propósito de uma manifestação de militares que estava annciada. Resumidamente, mostrou-se contrário a tal manifestação e considerou que, “se fossem ultrapassados os limites, com perda de mais direitos, a resposta poderia ser um golpe militar, mais fácil agora do que em 1974”.
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Isto passou-se em Novembro de 2011, ou coisa parecida. Em Janeiro de 2012, surge a notícia de que o Ministério Público abriu um inquérito relacionado com as referidas declarações. A Justiça em Portugal está como sabemos todos: não anda nem deixa andar, não ata nem desata e, quando dá sinal de vida, é para exibir a mais completa inutilidade. As mais clamorosas tropelias são feitas na maior das impunidades porque os meritíssimos são embrulhados por advogados manhosos e dilatórios, e porque é mais cómodo encanar a perna à rã do que condenar alguma figura pública.
Face ao dito, surpreende a abertura do inquérito. Primeiro, porque está mesmo a ver-se que é matéria para acabar em águas de bacalhau, tratando-se de uma figura caricatamente pública. Segundo, porque considerações políticas tecidas por Otelo não merecem a atenção de um oficial de diligências; nem sequer de um contínuo do tribunal. Muito menos de um magistrado do Ministério Público, embora em matéria de consequências o resultado seja o mesmo.
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