"Um jovem de 21 anos sofreu ferimentos graves depois
de ter sido atacado pelo próprio cão, de raça pitbull, no Bombarral, disse hoje
à agência Lusa fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de
Leiria."
Isto lê-se num jornal diário, hoje. Podia ser ontem, há uma
semana, há quinze dias. A história repete-se. Repete-se em nome do amor aos
canídeos a meio caminho entre animais domésticos e carnívoros selvagens.
Ao longo dos anos, o homem seleccionou e domesticou
algumas espécies de cães descendentes do lobo. Boa parte dessas espécies revelou-se boa, fiel e inofensiva companhia. Algumas espécies—poucas—viriam a ser difíceis
de domesticar, com risco para o homem. Não são animais domésticos, mesmo que
estimáveis, tal como o tigre ou o leopardo não são. Ninguém de bom senso
insiste em ter um tigre em casa e afirmar que o animal só tem risco para quem
não sabe lidar com ele. Mas há gente que tem cães da raça pitbull ou rotteweiler
e diz tal coisa. Isto é, você pode ter um cão assim, mas precisa tirar um
curso para o manter sem ele comer os seus filhos. Uma alarvice arrotada
em nome do amor aos animais e um hino à estupidez.
A pergunta é: quantas mais vítimas de tais cães são
precisas para que alguém de bom senso decrete a proibição de os ter em casa e
obrigue a sua entrega imediata ao jardim zoológico mais próximo? Os admiradores de tais
canídeos podem continuar a vê-los todos os dias—proponho que gratuitamente—na
jaula do Zoo; de modo a que eles, os vizinhos, os passantes, os cantoneiros da limpeza urbana, os carteiros e demais transeuntes e respectivos filhos possam circular na redondeza sem risco de ter a carótida aberta por uma besta destas.
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