Mário Soares está de volta! Às terças-feiras, aí o temos no "Diário de Notícias" para diversão do pagode—está cada vez mais lúcido e isento.
Hoje diz assim a folhas tantas: "Portugal é, há muitos séculos, um país independente—dos mais velhos da Europa, com as mesmas fronteiras—e está, com o atual Governo, a perder a independência, tornando-se um protetorado dos mercados usurários e dos tecnocratas da troika".
Este Soares que
assim fala é o exemplo dos
políticos que reduziram a Pátria a protectorado de instituições estrangeiras
vocacionadas para matar a fome a nações do terceiro mundo. Sabe do que fala.
Acrescenta depois: "Poderia
ser de outra maneira? É claro que podia, se o Governo não fosse um fiel da
austeridade e não ignorasse a recessão e o flagelo do desemprego, ao contrário
do que prometeu na campanha eleitoral." O cara-de-pau, em 1984,
Primeiro-Ministro, falava assim: “[O desemprego e os salário em atraso],
isso é uma questão das empresas e não do Estado. Isso é uma questão que faz
parte do livre jogo das empresas e dos trabalhadores (...). O Estado só deve
garantir o subsídio de desemprego”. E
esmerava-se: “O que sucede é que uma empresa quando entra em falência... deve
pura e simplesmente falir. (...) Só uma concepção estatal e colectivista da
sociedade é que atribui ao Estado essa responsabilidade.
Diz também hoje: "Ora, não há Democracia sem que o Povo se faça
ouvir e o Governo—eleito pelo Povo—o respeite e oiça. Dizia em 1984, quando
o povo gemia: "Basta circular pelo País e atentar nas inscrições nas
paredes. Uma verdadeira agressão quotidiana que é intolerável que não seja
punida na lei. Sê-lo-á”.
Um democrata, republicano, laico e agnóstico que adora
Frei Tomás porque o frade quer ser ouvido sem que se olhe ao que faz. A náusea!
Não Soares que está xexé porque já nasceu assim; mas a comunicação social que
alimenta o vómito.
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