quarta-feira, 13 de março de 2013

TOCAM OS PENALISTAS A SOLO ?

.

No filme "No Dia Em Que A Terra Parou", do realizador Scott Derrickson, a páginas tantas, uma personagem, comentando a morte do marido, diz que as coisas no universo acontecem por acaso. É o tipo de afirmação que choca com a religião e com a ciência por razões óbvias. Se há um ser inteligente ao comando, ou se esse ser fez as coisas com um plano evolutivo, nada acontece ao acaso. O estudo científico do universo, por outro lado, mostra que as coisas acontecem segundo as leis da Cosmologia, da Física, da Biologia e por aí fora e não aleatoriamente.
Poderia dizer-se que o universo se comporta de forma indiferente. A morte do marido da personagem do filme referido é indiferente às leis da Cosmologia, da Física, da Biologia, etc. Tal forma de encarar as coisas, para a ciência não aquece nem arrefece; a ciência até acha  que é mesmo assim—há uma conjugação de circunstâncias em que o desfecho é previsível e fatal. Para a religião, não.
Cientificamente há determinismo na evolução dos fenómenos cósmicos, o que não acontece na religião—uma espiga. E é espiga porque o determinismo científico esbate a responsabilidade moral, inseparável da religião. O toxicodependente tem o vício programado nos cromossomas, ou o serial-killer, ou o pilha-galinhas? Se têm, estão perdoados porque as leis cósmicas são indiferentes à valorização moral do comportamento.
Não é de pouca monta tal problema. De cada ponto de vista se tiram ilações para a organização social. Como funciona a cabeça dum penalista em face da questão? Sem formação jurídica, não sei. Espero que o penalista saiba. Sobretudo que cada um não se comporte como inspirado e improvisador solista de concerto de Jazz.
.

Sem comentários:

Enviar um comentário