[...] Como pode o
autor de "O Eduquês" e de tantas intervenções televisivas marcadas
pelas prevenções contra as evasivas e os ardis ser o cúmplice de um projecto ideológico
que visa mandar para o desemprego muitos milhares de pessoas, e desmantelar
pelo esvaziamento a escola pública; como pode?
Diz-me pouco, mas
talvez diga alguma coisa a circunstância de Crato ser proveniente da
extrema-esquerda, aquela contra o "revisionismo" e os
"sociais-fascistas." O combate, afinal, era outro, e a
"convicção" constituía um investimento futuro.
O braço-de-ferro
do ministro e dos professores nunca foi por aquele decentemente esclarecido. A
verdade é que os professores, ameaçados, aos milhares, de ser
"dispensados", apenas lutam pelos seus lugares e pelo trabalho a que
têm direito. E a utilização dos estudantes como estratagema político é sórdida.
[...]
Esta pérola, que Baptista Bastos (BB) atira aos porcos
que somos nós, leitores de jornais, está no DN de hoje. Crato, a milhões de
anos/luz de BB, terá ficado preocupado com a crónica porque o cronista o
arrasa. Conta este que Crato faz o que faz, porque veio da "extrema-esquerda",
«aquela contra o "revisionismo" e o "social-fascismo"». E
mais ainda: as posições contra o "revisionismo" e o
"social-fascismo" eram premeditadas—já nessa era longínqua, Crato
sonhava arrasar Mário Nogueira, fiel funcionário do "revisionismo" e do
"social-fascismo" e correligionário de BB!
A verdade é que os
professores, ameaçados, aos milhares, de ser "dispensados", apenas
lutam pelos seus lugares e pelo trabalho a que têm direito. E a utilização dos
estudantes como estratagema político é sórdida, diz BB. É preciso ter
lata para dizer isto. Quem marcou a greve para um dia de exame foi o PCP,
através da sua correia de transmissão chamada Nogueira. Mas quem utiliza os estudantes como estratagema político
sórdido é Crato!
Somos parvos ou quê? O PREC já morreu há muito tempo.
Infelizmente, devia ter morrido mais cedo; idealmente, nunca devia ter nascido. Mas ainda há fósseis a defendê-lo.
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