sábado, 6 de julho de 2013

O FIM DAS ESTOLAS BORDADAS A OURO

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Muito se tem escrito sobre as palavras e actos do novo Papa Francisco. E encara-se a personalidade como um caso espantosamente diferente, o que deixa pessoas como eu atónitas.
Porquê espantoso?
O que Francisco diz e faz é o que se espera que um discípulo de Cristo diga e faça. Está enraizada nos católicos uma concepção desviante do Cristianismo, por acção da chamada hierarquia católica que, para começar, nem devia chamar-se assim porque começa logo aí a asneira, com essa coisa de hierarquias.
Francisco não quer residir na chamada "sede apostólica" para acabar com a ideia presunçosa e pouco cristã de "centro de poder de cariz divino", o que soa a basófia inaceitável e pouco humilde, reivindicando infalibilidade—mais que falível, como a História mostra—e respeito humano, traduzido na doença da "psicologia dos príncipes" dos bispos, como ele próprio diz. E, para que não restem dúvidas, adianta: "Somos todos iguais aos olhos de Deus. Eu sou como um de vós".
Dir-se-á que todos sabem isso. Sabem, mas não praticam, digo eu. Há um cultivar de prerrogativas e benesses, alimentadas por "beatas" sobretudo, mas também por "beatos", que desprestigiam o clero, especialmente o de mais alto nível na tal hierarquia. Para não falar da discreta e benévola tolerância com comportamentos anómalos organizados na Cúria, como os lobbies da corrupção e dos homossexuais.
Não me admira que o Papa diga o que diz e faça o que faz. Admira-me é que tantos dos seus antecessores não tenham dito e feito o mesmo antes dele.

A um padre de Buenos Aires, Bergoglio terá dito: "Se a minha mãe e a sua mãe ressuscitassem hoje, implorariam ao Senhor que as enviasse de novo para debaixo da terra, para não assistirem à degradação desta Igreja."
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