segunda-feira, 9 de setembro de 2013

SE NÃO FOR INCONSTITUCIONAL . . .

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Falava há dias dum investigador enervado e julgava que era caso pouco frequente. Mas encontrei hoje outro de igual quilate. Este preocupa-se—enerva-se, talvez—com as pessoas que caminham nos passeios e "emperram" o trânsito dos peões, especialmente os mais apressados, como deve ser o caso de mister Adrian Raine, nome da personalidade em apreço. Mister Raine embirra, e enerva-se provavelmente, por exemplo, com velhos, bêbados, senhoras com carrinhos de bebé e, sobretudo com os que falam ao telefone e chegam mesmo a parar no passeio, impedido as pessoas como ele de andar depressa, notória perda de tempo e dinheiro, uma vez que estes dois factores são para ele como a massa e energia eram para Einstein. Isto é, E = m x c2 para Einstein e D = T x b2 para mister Raine, em que D é dinheiro, T é tempo e b2 é a burrice de mister Raine ao quadrado, digo eu.
O janota propõe que os passeios tenham três faixas, como as auto-estradas. A mais interna para lentos, como os referidos atrás; a do meio para caminhantes médios, mais aceitáveis segundo ele; e a externa para pessoas apressadas e normais, como presumo se considera o autor da peça.
Mas a coisa não fica por aqui. Quem andar mais de 10 segundos fora da baixa adequada, pode receber um bilhete de aviso e, com mais de três avisos no currículo, o peão fica temporariamente proibido de o ser, dependendo a interdição, segundo se depreende, de regulamentação a implementar. Para completar o ramalhete, acrescente-se que será autorizado o uso de buzinas pelos peões para advertir os infractores de que devem mudar de faixa de imediato.
Acho a ideia excelente, mas não sei se em Portugal será adoptável. Adivinho-lhe laivos de inconstitucionalidade. Será prudente que o nosso Presidente "autártico" a submeta aos meritíssimos do Palácio Ratton antes de a levar à Assembleia Municipal.

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