O jet lag social é a diferença entre o tempo que o nosso corpo
pensa que é e o tempo dos relógios, bastante diferente. O corpo usa a
luz para contar as horas, mas a sociedade usa relógios. Levantar antes do corpo
estar pronto para tal violência deixa-nos cansados e fora de ritmo. E quanto
mais se dorme no fim de semana, mais desadaptado se fica. A diferença entre o sono
da semana e o sono do fim da maldita pode ser equivalente a voar entre Londres
e Nova Iorque à Sexta-Feira à noite e voar de volta na Segunda-Feira de manhã.
Acha bem?
Eu acho porque estou
reformado e preocupo-me pouco com as horas que durmo—aliás, durmo cada vez
menos. Mas o leitor ou a leitora é um(a) trabalhador(a) esforçado(a) e acha mal—e
muito bem, diria o Dr. Soares.
Está tudo mal feito. Ou
melhor, uma das coisas está mal feita: ou o relógio biológico, ou os relógios
da sociedade. Eu acho que estes não prestam—o defeito é deles. Como pode
perceber aquela máquina insignificante o que nos vai na alma e como está o nosso
cabedal antes de começar aos guinchos desumanos de manhã?
Quer um conselho? Não
ligue a relógios, a não ser para decorar—nesse aspecto, são importantes. Tenho cerca de quinze em casa (nem sei bem quantos), sem contar com os de pulso e bolso, que não digo quantos são.
Estão todos a trabalhar, mas podiam estar parados pois não me servem para nada.
Mas os mafarricos só têm piada quando estão a trabalhar.
E o seu chefe? Está a perguntar
o que diz ao seu chefe? Olhe: vou dar-lhe um link para lhe responder—está aqui.
Mande-o ver os bonecos e ler os textos porque ele vai ficar comovido e com pena
de si quando chega de manhã ao trabalho às 11 horas, com cara de ainda
precisar de dormir mais. É um bocadinho complicado para ele, que deve ser
burro—são quase todos—porque mete melatonina, cortisol, testosterona,
actividade gástrica, temperatura corporal, função pulmonar, função cardiovascular
e um ror de coisas que ele não percebe porque é burro (acho que já tinha dito). Mas enquanto estuda a infografia e vê os vídeos, não o(a) chateia.
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