Ler! Ler
o quê? Ler qualquer coisa: o jornal, um romance, um tratado de Anatomia, a
cotação da bolsa, rebabá. Qual a melhor forma? Depende. Há opiniões, fruto de pontos de vista diferentes. Há o que
diz, referindo-se ao papel das folhas, que naquelas árvores mortas ainda há
muita vida, e o que diz: papel é bom é para embrulhar açúcar ou castanhas. Posições respeitáveis, mas não contemplam o que está em causa. A escrita é
forma de comunicar, transmitir e armazenar ideias, e a pergunta é: qual o suporte
mais eficaz para o conseguir?
Primeiro é preciso
ter consciência que ainda convivem gerações nativas da comunicação escrita exclusiva
em papel e gerações nativas da era da
electrónica. Naturalmente, o livro é visto de maneira muito diferente por cada
uma. Depois, há o lado lúdico. Conheço pessoas que seguramente consideram sacrílego
ler o Padre António Vieira num iPad e gente que nem lê o Padre António Vieira.
Adicionalmente, entre outras coisas, o suporte em formato digital tem melhorado
muito, como o Kindle por exemplo, e objecções antigas ao digital deixaram de
ter razão de ser.
Uma das
desvantagens da leitura em suporte electrónico parece ser o facto de não se ver
a página na totalidade, o que exige a deslocação do texto para baixo ou para
cima (scrolling). Distrai e, por vezes o leitor "perde-se". Contudo, no
Kindle isso já não acontece. A
vantagem são os links, ou seja, a possibilidade de, no meio da leitura, poder
ver-se outro texto complementar do primeiro, embora daí resulte que de link em
link, o leitor possa ler muito, até demais, e nada daquilo com que começou—despista-se.
Se tem facilidade
de ler inglês, e se se interessa por estas coisas, aconselho vivamente a
leitura de um artigo intitulado "Why the Smart Reading Device of the Future May Be Paper", publicado no site wired.com. Vale a pena.
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