quinta-feira, 1 de maio de 2014

LER

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Ler! Ler o quê? Ler qualquer coisa: o jornal, um romance, um tratado de Anatomia, a cotação da bolsa, rebabá. Qual a melhor forma? Depende. Há opiniões, fruto de pontos de vista diferentes. Há o que diz, referindo-se ao papel das folhas, que naquelas árvores mortas ainda há muita vida, e o que diz: papel é bom é para embrulhar açúcar ou castanhas. Posições respeitáveis, mas não contemplam o que está em causa. A escrita é forma de comunicar, transmitir e armazenar ideias, e a pergunta é: qual o suporte mais eficaz para o conseguir?
Primeiro é preciso ter consciência que ainda convivem gerações nativas da comunicação escrita exclusiva em papel  e gerações nativas da era da electrónica. Naturalmente, o livro é visto de maneira muito diferente por cada uma. Depois, há o lado lúdico. Conheço pessoas que seguramente consideram sacrílego ler o Padre António Vieira num iPad e gente que nem lê o Padre António Vieira. Adicionalmente, entre outras coisas, o suporte em formato digital tem melhorado muito, como o Kindle por exemplo, e objecções antigas ao digital deixaram de ter razão de ser.
Uma das desvantagens da leitura em suporte electrónico parece ser o facto de não se ver a página na totalidade, o que exige a deslocação do texto para baixo ou para cima (scrolling). Distrai e, por vezes o leitor "perde-se". Contudo, no Kindle isso já não acontece. A vantagem são os links, ou seja, a possibilidade de, no meio da leitura, poder ver-se outro texto complementar do primeiro, embora daí resulte que de link em link, o leitor possa ler muito, até demais, e nada daquilo com que começou—despista-se.
Se tem facilidade de ler inglês, e se se interessa por estas coisas, aconselho vivamente a leitura de um artigo intitulado "Why the Smart Reading Device of the Future May Be Paper", publicado no site wired.com. Vale a pena.
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