quinta-feira, 1 de maio de 2014

NÃO FAÇAM ONDAS

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Há a anedota do fulano que cai numa fossa, fica com a boca dois centímetros acima do nível superior do caldo fecal e, quando alguns amigos tentam ajudá-lo, só pede que não façam ondas. Em Portugal, muita gente vive o mesmo drama. Pelo menos, foi essa a convicção com que fiquei ao ler o jornal "Público" de hoje, dia do trabalhador. Não vou inventar nada, não vou fazer variações, mudar coisa nenhuma do que li. O que se segue, e o que pode ler num blog de apoio a este, é mero trabalho de copiar e colar. Mas é esclarecedor.
A primeira parte é uma notícia de ontem e aqui ficam dois excertos:

[...] Prisão preventiva. Foi essa a medida de coacção aplicada ontem pelo juiz Carlos Alexandre ao ex director-geral de Infra-estruturas e Equipamentos do Ministério da Administração Interna João Alberto Correia, depois de um interrogatório que durou várias horas e decorreu no Tribunal Central de Instrução Criminal. [...]

[...] Já no início dos anos 2000, o Gabinete de Estudos e Planeamento de Instalações do MAI (GEPI), organismo que mais tarde foi transformado na actual DGIE, tinha estado no centro das atenções da IGAI, então dirigida pelo procurador-geral adjunto Rodrigues Maximiano. Uma auditoria concluída em 2002 apontou para a existência no GEPI de numerosas “irregularidades/ilegalidades” na contratação de obras e de serviços diversos.
As conclusões dos auditores da IGAI levaram o então inspector-geral, António Morais, a pedir a sua exoneração, tal como João Alberto Correia fez em Fevereiro. Morais — que em 2007 se tornou conhecido por ter sido o professor de três das cinco disciplinas com que Sócrates concluiu a sua polémica licenciatura na Universidade Independente — tinha sido nomeado director do GEPI por Armando Vara, em 1996. Ao longo dos anos em que esteve em funções, a empresa que, de longe, mais concursos ganhou e adjudicações obteve no GEPI foi a Conegil, uma sociedade entretanto falida e liderado por um amigo de Sócrates.
Contrariamente ao que agora sucedeu, as ilegalidades detectadas pela IGAI em 2002 não conduziram a qualquer investigação judicial. [...]

Não faço comentários, porque seriam redundantes. Que mais é preciso acrescentar ao citado?

A segunda parte é um artigo sobre o Director-Geral agora detido, da autoria de Paulo Pena, que tem quase 600 palavras e começa assim:

João Alberto Correia é arquitecto, maçon, professor e influente nos corredores da política governativa. O seu pai também era. Também ele se chamava João. João Rosado Correia, o pai, que morreu em 2002, foi ministro do Equipamento Social do bloco central sob a liderança de Mário Soares. E também viu o seu nome envolvido num escândalo. A 15 de Agosto de 1987, dois anos após a sua saída do Governo, a sua foto aparecia na primeira página do Expresso: “Ex-ministro trouxe dinheiros de Macau para o PS”. [...]

Pode ler o texto completo aqui.

Depois de tudo lido, visto e respigado, peço ao leitor que não espalhe isto porque é chato. Inclusivamente, porque o senador e pai da democracia de sucesso que nos rege e o seu filho também são personagens da peça. Leia, mas mantenha o maior segredo sobre a matéria que é delicada.
Obrigado e desculpe qualquer coisinha.
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