domingo, 16 de junho de 2013

CRISE DO TEMPO

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O tempo de crise passa um dia. A crise do tempo não passa.

Como já avisei os incautos que visitam este espaço cibernético, ando a empreender com o tempo. Sobretudo com esse fenómeno do "passar" do tempo, coisa diferente—já se vê—de passar o tempo. O fundo das costas não tem nada a ver com as calças. Isto é, "passa" ou não "passa" o tempo? Antigamente havia sempre três teorias, a empírica,  a filosófica e a eclética. Agora só há tempo para uma teoria—vivemos em unitarismo temporal. Não interessa isso!
Passar implica a noção de movimento e movimento é relação com uma ou várias referências. Por exemplo, a seta que vai no ar disparada pela besta com e aberto (é) ou é fechado (ê)— tanto faz—movimenta-se em relação aos objectos circundantes, com velocidade de 5 metros por segundo. Perfeito!
Mas o tempo desloca-se em relação a quê? Acho que, objectivamente, em relação a nada—está parado! E com que velocidade? A velocidade é de um segundo por segundo? Estúpido!
É claro que o tempo subjectivo é outra coisa. Por exemplo 5 minutos a ouvir a Diana Krall a cantar e tocar piano passam depressa; mas 5 minutos a ouvir Sua Excelência, o Presidente da nossa amada República, parece não terem fim, excepto quando emprega inovações lexicais, para usar a expressão de Alberto Gonçalves.
Portanto, parece que, objectivamente, o tempo não passa—nós é que passamos por ele: ganda espiga.
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