O inefável Baptista Bastos (BB), o mais apurado cultor da
prosa de Vieira em Portugal, Vieira que há muito ultrapassou e teria muito a
aprender com ele, verte hoje no "Diário de Notícias" a sua facúndia—para
usar um termo que lhe deve ser grato.
Além de outras burrices em prosa ridiculamente burilada
até ao pechisbeque, BB diz a páginas tantas:
"A época é de charneira", disse um preopinante de voz grossa e escrita fininha. Um outro, que usa como pseudónimo o patronímico de um português ilustre, proclamou, impávido porque se julga impune, que nada devemos aos capitães de Abril. Claro que são criaturas obnubiladas pelo verdete de se saberem inseguras, fragilizadas pela consciência da sua pessoal menoridade. Mas o mal que têm feito é persistente e cria raízes. O "pensamento" de direita deixou de o ser para se substituir pela inconsistência do oportunismo e da insignificância. É impressionante assistir-se à reescrita da história e à desfaçatez de quem se transformou num democrata instantâneo como o pudim flan, depois de ter sido o que quer que seja de repugnante.
É de rebenta canelas!...
O do "patronímico do português ilustre"—que BB
não chama pelo nome—é Vasco Pulido Valente que disse ser melhor os chamados capitães
de Abril meterem a viola no saco, pois fizeram a revolução com a cartilha do
PCP na mochila, sem qualquer outra ideia digna desse nome. BB acha que Pulido Valente é criatura obnubilada pelo verdete de se
saber inseguro, fragilizado pela consciência da sua pessoal menoridade.
Além de não se perceber o jogo de palavras da obnubilação "pelo verdete de se
saberem inseguras", é uma ternura ouvir BB, escrevinhador de textos fátuos e pretensiosamente ridículos, falar da menoridade de Vasco Pulido Valente.
Mas não fica por aqui BB. A terminar, se bem recordo,
escreve:
Apesar de tudo,
chega ser imperioso que votemos. Votemos naqueles que mereçam o favor da nossa
consciência e a imposição moral das nossas pessoais opções.
.
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