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O maestro do conjunto do
vídeo em cima, conjunto chamado "The Oxford Trobadors", que também
canta como pode ouvir-se, e toca guitarra clássica—o que não se vê nem ouve—é
Denis Noble, Professor Emérito de
Fisiologia Cardiovascular e Co-Director da Fisiologia Computacional no Balliol
College da Universidade de Oxford e costuma dizer que ninguém precisa de ser
apenas cientista.
Noble é investigador, especialista da evolução biológica, e está na vanguarda de novas visões
sobre o modo como ela se processa, provavelmente de forma muito mais complicada
que o simples mecanismo de mutação genética e selecção dos mais aptos daí resultantes.
A importância do papel dos genes na hereditariedade está em causa, sendo talvez
muito menor do que se tem pensado. Por exemplo, investigadores chineses introduziram
núcleos de espermatozóides duma espécie de peixes em óvulos de outra espécie e
os seres daí resultantes não têm apenas as características do pai, dador dos
espermatozoides com todos os genes, mas características mistas do pai e da mãe que deu o óvulo sem genes. Ou
seja, toscamente dizendo, o genoma não é tudo na transmissão das características
hereditárias e aqui põe-se na ribalta a acção de outros factores chamados
epigenéticos.
Serve isto para dizer que, ao contrário do que se tem
vindo a dizer, Lamarck provavelmente tinha razão quando admitia a possibilidade
de transmissão hereditária de características adquiridas. A girafa que tanto se
esticava para chegar às árvores viu o seu pescoço aumentar uns milímetros,
eventualmente centímetros, e pôde transmitir essa característica aos filhos;
isto para dar um exemplo careca clássico e anedótico.
Uma entrevista interessantíssima com Denis Noble foi publicada recentemente e porque acabo de
a ler, falo em Noble. Sei que isto interessa a muito pouca gente, mas interessa
a alguma. Por isso, pode ler aqui a conversa de Noble com a jornalista Suzan Mazur.
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