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Depois de referir os números que permitem constatar o progresso quantitativo verificado na capacidade assistencial dos serviços, demonstrou que isso se reflectiu na qualidade, expressa nos principais indicadores sanitários. E chamou a atenção para a singularidade disto no nosso País, ao comparar a Saúde com a Justiça e a Educação onde, a grandes investimentos financeiros e em estruturas e pessoal, não se seguiram as esperadas melhorias qualitativas. Antes pelo contrário, digo eu.
E listou as principais razões prováveis para a diferença entre a Saúde e as outras áreas. Destaco uma por me parecer a mais importante. Segundo António Barreto, os agentes da Saúde, malgrado a existência de franjas ávidas de proventos e pouco observadoras dos bons costumes, regem-se ainda, na sua maioria, estritamente por normas técnicas baseadas no método científico e por princípios éticos de respeito pelo doente, dedicação ao trabalho e espírito de sacrifício. Tais condições tornam a sua prática pouco penetrável a influências políticas ou filosóficas, provavelmente os principais factores de perturbação na Educação e Justiça.
Gostei de ouvir um sociólogo dizer isto e não se coibir de apontar o efeito perverso de teorias não científicas em pilares da administração. Há muito que penso assim e é agradável ouvir o que pensamos da boca de quem sabe.
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