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[...] Depois veio esta coisa disparatada do Infarmed. A primeira pergunta que se deve colocar é óbvia: mas que culpa têm os 300 ou 350 trabalhadores da organização? Haverá ao menos um que tenha ficado feliz com o anúncio da deslocalização? Não é provável.A segunda pergunta também é óbvia: quanto dinheiro é que vai custar a mudança? Com certeza que os fundos imobiliários já estão a mandar emails com propostas de relocalização, mas para que raio é que se vão gastar recursos necessariamente finitos sem que haja qualquer racional que o motive?
Outra óbvia: para que é que o governo tomou uma decisão claramente incapaz de um mínimo de consensualidade, se ninguém lhe pediu nada? Não terá já António Costa chatices suficientes para estar a arranjar problemas onde não os há? Ninguém consegue prever o desfecho deste desnorte do Infarmed, mas o mais certo é que António Costa vai acabar por sofrer os efeitos colaterais de um problema que podia muito bem não ter sido criado. E como o mais provável é que a agência se mantenha em Lisboa – e bem – o assunto vai acabar por moer a paciência do primeiro-ministro. Sem nenhuma necessidade.
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António Freitas de Sousa: "Infarmed entre o norte e o desnorte" in "Jornal Económico"
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