quinta-feira, 1 de março de 2018

"NONSENCE"

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O equivalente ao Ministério da Justiça do Reino Unido acaba de publicar um livro com instruções sobre a forma de os juízes se dirigirem, ou referirem, aos/os presentes a tribunal.
Por exemplo, nunca falar de minorias étnicas — como afro-qualquer coisa —, transexuais, rebabá. Tal enormidade, que os juízes "engoliram" sem pestanejar, o que é de mau prognóstico, preenche 422 páginas; mais que "Os Lusíadas"!
Tem coisas deliciosas — por exemplo, o carteiro não deve ser referido como tal, mas antes como "operador postal" (em Portugal, diga-se em aparte, as serventes dos hospitais passaram a ser chamadas "oficial e obrigatoriamente", assistentes operacionais — nisso antecipamo-nos). E, inversamente, no Reino de Sua Majestade, de acordo com as normas agora publicadas, nenhuma mulher, bacante ou condessa pode ser tratada por lady, provavelmente por ser discriminatório (positivo, penso eu de que).
Estamos a viver num mundo de débeis mentais, claramente. Imaginem o que é ser um juiz como deve ser e apanhar com uma estupidez destas pela frente. No meio disto tudo, ainda se salvam alguns, mas já antigos: Harry Blackmun, ex-Presidente do Supremo Tribunal de Justiça dos Estados unidos, disse um dia que, para tratar algumas pessoas igualmente, é preciso tratá-las desigualmente. Isto é senso comum — o resto é fokiló.

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