segunda-feira, 30 de julho de 2018

AMOR RADICAL E ABSTRACTO

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José Manuel Fernandes publica hoje um texto no jornal “Observador”, cujo título é «Assim se vê a “superioridade moral” dos bloquistas», que é uma boa peça de análise da esquerda radical (pode ler aqui).
Destaco duas passagens:
I
«Na nossa esquerda chique, muito bem representada nas fileiras do Bloco, esta condição é especialmente evidente. O amor que proclamam pela causa dos pobres, ou dos idosos, ou dos doentes do SNS, é sempre um amor tão absoluto e radical que só pode ser um amor “abstracto”. É um amor que por isso mesmo nunca ou quase nunca se traduz em acções desinteressadas de voluntariado, em gestos simples de solidariedade como darem apoio a doentes em cuidados paliativos ou andarem pela cidade a distribuir comida aos sem abrigo. Isso seria corromper o seu amor absoluto porque isso seria “caridadezinha” – para além de que iriam misturar-se com as organizações cristãs de solidariedade social, que abominam.»
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II

«A diferença é que a esquerda chique é mesmo só ideologia e complexo de culpa (pela sua condição burguesa), o que a torna ainda muito mais amoral. Se não fosse este o ar que o Bloco respira não se tinham unido todos e todas da forma como uniram na defesa do indefensável.»


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