Destaco duas passagens:
I
«Na
nossa esquerda chique, muito bem representada nas fileiras do Bloco, esta
condição é especialmente evidente. O amor que proclamam pela causa dos pobres,
ou dos idosos, ou dos doentes do SNS, é sempre um amor tão absoluto e radical
que só pode ser um amor “abstracto”. É um amor que por isso mesmo nunca ou
quase nunca se traduz em acções desinteressadas de voluntariado, em gestos
simples de solidariedade como darem apoio a doentes em cuidados paliativos ou
andarem pela cidade a distribuir comida aos sem abrigo. Isso seria corromper o
seu amor absoluto porque isso seria “caridadezinha” – para além de que iriam
misturar-se com as organizações cristãs de solidariedade social, que abominam.»
»
II
«A diferença é que
a esquerda chique é mesmo só ideologia e complexo de culpa (pela sua condição
burguesa), o que a torna ainda muito mais amoral. Se não fosse este o ar que o Bloco respira não se tinham unido
todos e todas da forma como uniram na defesa do indefensável.»
..
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