domingo, 15 de junho de 2014

E PELAS HALÓFILAS NÃO VAI NADA ?

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Cipião Emiliano Africano, general de Roma, acabou a Terceira Guerra Púnica, em 146 AC, arrasando Cartago, reduzindo a população à condição de escravos e cobrindo os campos de sal. Segundo a Bíblia, o Rei Abimeleque tomou a cidade de Shechem, assassinou a população e espalhou sal por toda a terra. Em 1758, na sequência do atentado contra D. José, o Marquês de Pombal mandou demolir o palácio em Belém do Duque de Aveiro e, simbolicamente, salgar o terreno para que nada ali crescesse. 
Sal é igual a morte da planta. Por várias razões mas, sobretudo porque é mais rapidamente absorvido da terra que os nutrientes, privando-a destes. Um pouco como o monóxido de carbono para os animais que, ao saturar a hemoglobina dos glóbulos vermelhos, os impede de transportar o oxigénio necessário às células.
Mas, de forma aparentemente cruel, a natureza flagela a vida na Terra dando-lhe 97% de água salgada e apenas 3% de água doce. Em boa verdade, a crueldade não é tão grande pois, das 400.000 espécies das principais plantas, 2.600 bebem água salgada: as chamadas halófilas.
As halófilas têm despertado pouca atenção da humanidade. Há hábitos enraizados  que não é fácil ultrapassar. Na verdade, algumas das plantas halófilas podem revelar-se importantes na economia actual. Por exemplo, na produção de biocombustíveis, o que seria feito sem consumo de água doce—cada vez mais escassa—e em terrenos pouco exigentes, não prejudicando outras culturas para alimentação humana e animal.
Por outro lado, tais plantas são tolerantes a outros compostos, além do sal, o que permite utilizar no seu cultivo águas efluentes de várias actividades poluentes, como a aquacultura. Têm a dupla vantagem, de reciclar e despoluir.
As empresas energéticas têm a matéria em carteira, mas não estão dispostas a investir enquanto o investimento nos carburantes fósseis não se esgotar. Para já, estamos na fase de estudo e investigação, em que se têm destacado John Gallagher,  professor,  e Denise Seliskar, investigadora, no  Delaware’s College of Earth, Ocean and Environment, nos Estados Unidos. Dentro de 10 anos, é possível que a cultura de halófitas tenha peso significativo na economia e na preservação do ambiente. Porque, como a História demonstra, o homem é uma máquina pensante em contínuo movimento.
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1 comentário:

  1. Acredito que deveria ser dada mais atenção a esta área da ciência, e com certeza muitas descobertas importantes seriam feitas. Florencio

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