sábado, 4 de novembro de 2017

O POLITICAMENTE CORRECTO E AS CAUSAS FRACTURANTES

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A propósito dos factos ocorridos ontem na periferia da espelunca chamada "Urban Beach", Mário Ramires escreve, e bem, no jornal "SOL", a terminar a sua crónica intitulada ‘Irmãos ciganos’ e ‘seguranças da noite', o seguinte:

[...]
Não se pode, de facto, generalizar, mas querer fazer crer que não existe uma cultura própria em algumas comunidades ciganas que se julgam à margem do cumprimento da lei nem uma quase máfia entre os seguranças privados - não só em discotecas e clubes nocturnos, mas principalmente entre estes - é pretender tapar o sol com a peneira e contribuir para que cenas como as de Coimbra ou do Urban Beach continuem a repetir-se.
E repetem-se país fora. Por um lado, porque os ‘donos da noite’ convivem bem com empresas de segurança albergues de hordas de mentecaptos de força bruta que se acham com autoridade para ditarem as regras e fazerem ‘justiça’ com as próprias mãos e pés, quando não também com bastões e armas de fogo.
Por outro lado, porque, muito embora seja incorrecto dizê-lo ou escrevê-lo, há comunidades que se regem por padrões culturais e sociais que (ao contrário dos comuns e impunemente afrontando-os) desvalorizam o respeito pela integridade física e pela vida humana - e daí a recorrência das agressões com violência extrema e recurso inclusive a mortíferas armas brancas ou de fogo.
E repetem-se desde há muitos anos e muito mais do que vem a público. Até porque, na esmagadora maioria das vezes, os jornalistas autocensuram-se. Para que, no final, não sejam eles, e os seus órgãos de informação, os condenados.
(fim de citação)
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O que o jornalista escreve a terminar mostra que o "politicamente correcto" na mão de demagogos totalmente destituídos de senso comum, com acesso aos media e em busca de protagonismo, é uma das maiores ameaças para o bom andamento da sociedade. Naturalmente, há sempre coisas que precisam de revisão em todas as áreas sociais e é bom que ela se faça. A dificuldade surge quando entram os "emplastros" da revisão, com insensatas e insuportáveis intervenções até à náusea, capazes de afastar até quem inicialmente pedia essa revisão. Estou a falar de coisas como a desigualdade dos géneros, a homofobia, o racismo, a xenofobia, rebabá. Já fede! Não há pachorra para a "emplastrofilia" nas causas fracturantes.


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