As ilhas fantasmas são artefactos da era dos descobrimentos e expansão colonial. Durante séculos de exploração dos oceanos, foram avistadas, cartografadas, descritas e até visitadas (!); mas a sua existência nunca confirmada definitivamente.
Situadas entre a cartografia e a ficção marítima, assombraram as cartas de navegação durante séculos, inspiraram lendas e histórias fantásticas e até Camões que no Canto I se refere à Taprobana.
Mencionados pela primeira vez pelo explorador grego Negastenes, em 290 AC, os habitantes da Taprobana são descritos por várias vezes como tendo línguas bifurcadas, sendo capazes de navegar pelo voo das aves e tendo um pé gigante com o qual se protegiam do Sol. Dizia-se que o Verão e Inverno ocorriam ali duas vezes por ano e que a ilha tinha elefantes, tigres, tartarugas gigantes, cujas conchas podiam albergar famílias inteiras, bem como formigas enormes ― capazes de comer homens ― que guardavam montanhas de ouro.
Era desta Taprobana que falava Camões, sempre atento ao ― e informado pelo ― “Correio da Manhã”.
As armas e os barões assinalados,
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram.
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram.
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