terça-feira, 19 de junho de 2018

EINSTEIN E AS CIÊNCIAS DA VIDA

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Suponho que já aqui citei Einstein quando dizia que o mais incompreensível no Universo é que ele é compreensível. A afirmação é óptima, pela ironia, mas uma boutade.
Na realidade, conseguimos “ver” e compreender a colisão e fusão de dois buracos negros a mil milhões de anos-luz de distância, mas fizemos poucos avanços no tratamento de uma vulgar constipação, por exemplo, na compreensão e previsão do comportamento humano, ou nas ciências sociais em geral. É que a Astronomia pode ser convertida em equações matemáticas e, consequentemente, é muito mais fácil que a Biologia e as ciências humanas. Einstein falava da Física e não destas.
O animal, homem incluído, também é formado por átomos ― de proteínas, lípidos e hidratos de carbono ― em órgãos diferentes como ossos, músculos, vísceras e por aí fora, mas tais átomos não podem abandonar o plano geral do ser vivo, como os átomos de cloro e sódio de uma pedra de sal marinho, que continua a ser sal marinho mesmo depois de esmagada. Para não falar do que, tudo leva a crer, é uma “secreção” do córtex cerebral, a actividade psíquica.
As ciências da vida não cabem na ironia de Einstein e é pena ― dizem-no todos que alguma vez tiveram de trabalhar com elas

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