O jornal "Público", suponho que pela pena da sua directora, escreve hoje sobre os debates políticos pré-eleitorais nas estações de televisão e considera que, globalmente, o seu interesse é hoje diminuto.
Os que acompanham o actual regime desde a origem em 1974
lembrar-se-ão do ambiente que acompanhava essas jornadas televisivas a que se
assistia com justificada expectativa. Hoje tenho dúvidas se nos cafés onde as
televisões estão sintonizadas para os debates as pessoas não pedem para mudar
de canal.
É claro que, há 40 anos, a novidade era um factor importante
que alimentava o interesse. Mas, independentemente disso, existirão outras
causas para o desinteresse vigente. Desde logo, o crédito, ou a falta dele, dos
políticos intervenientes. Político é hoje um vendedor de jogo branco para a
maioria dos portugueses. Vende baixa de impostos, aumento do emprego, crescimento
económico, segurança social e um ror de outras coisas chochas de que se esquece muito
depressa. É a versão actual do negociante de muares nas feiras.
Os pequenos partidos adoram debates por constituírem caixa
de ressonância que amplia o seu modesto papel. Mas, em boa verdade, não lhes servem para nada. Debate televisivo é
perda de tempo. É um atraso de vida.
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