Recentemente, James Damore, engenheiro de software da Google, elaborou um memorando destinado a melhorar a colocação do pessoal nas diversas actividades da empresa. A dado ponto, escreveu:
[...] Estou simplesmente a afirmar que as diferentes preferências e capacidades de homens e mulheres decorrem, em parte, de causas biológicas e que essas diferenças podem explicar porque não vemos igual representação de mulheres em actividades técnicas e de direcção. [...]
Tal prosa é, no momento presente, o clímax do machismo e, consequentemente, do politicamente incorrecto. Como espectável, Damore foi irradiado da Google de forma súbita, sumária e expedita, logo que a conversa circulou dentro e fora da empresa.
E, chegados aqui, cabe perguntar: e se Damore tivesse escrito " Estou simplesmente a afirmar que as diferentes preferências e capacidades de homens e mulheres decorrem, em parte, de causas biológicas e que essas diferenças podem explicar porque não vemos igual representação de homens em actividades de inovação e de estratégia comercial"?
Seria Damore crucificado? Suspeito que não e é isso que está errado. Transformar uma afirmação depreciativa e inaceitável quando dirigida a um sexo e tolerável e inconsequente quando dirigida ao sexo oposto é também discriminação. Ironicamente, no caso em apreço, tal discriminação atinge mais o sexo feminino, que se propõe defender, que o oposto. Voilà!
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