terça-feira, 5 de setembro de 2017

WE ARE HERE

.....
...
Se tivéssemos vivido há 1.500 anos no Sul da Europa, estaríamos convencidos que o Império Romano existiria para sempre. Durou mais 1.000 anos mas acabou. Para quem viveu sob o Império, tal era impensável; como deve ter sido para quem viveu no tempo dos faraós.
Agora andamos iludidos com a ideia de que o nosso modelo de vida em pátrias é inevitável e eterno. Há ditaduras e democracias, mas o mundo é feito de estados-nações, povos com afinidades comuns, espaço definido e um sistema político organizado. Podemos imaginar um mundo sem pátrias? Não podemos; mas o mais provável é que tudo venha a mudar.
No curto intervalo que é a minha vida, já assisti — e continuo a assistir — a enormes mudanças, das quais o mais importante motor terá sido a Internet; e a sua capacidade de mudar o mundo ainda agora começou. Contudo, coisas como o dinheiro, que hoje para pouco mais serve que comprar castanhas, praticamente estão em vias de extinção. O acesso à conta bancária para fazer pagamentos através de um telefone móvel, enquanto se palita os dentes depois do almoço à mesa do restaurante, ou a visualização em directo, na paragem do autocarro, do Presidente Marcelo abraçado a uma velha em Cabeceiras de Basto, pareciam há 50 anos mais improváveis que o fim do Império Romano. Mas este acabou e o dinheiro também vai acabar.

Em boa verdade, o mundo é uma bola que pula e avança como bola colorida nas mãos de uma criança.
...

Sem comentários:

Enviar um comentário