segunda-feira, 14 de maio de 2018

BATER ONDE DÓI


As farroncadas de Vladimir Putin contra os países ocidentais não lhe têm trazido grande sucesso interno. É verdade que as sanções económicas aplicadas pelo Ocidente não produzem grande mossa na maior parte da população, habituada que está a privações. A classe média na Rússia é, percentualmente, das mais pequenas no mundo e, por isso, as suas dificuldades económicas têm, socialmente, pouco peso. Os pobres — muitos!... — já nem notam. Mas a classe dos ricos — muitíssimo ricos, acrescente-se — que também não é grande, é muito influente politicamente e não está a gostar de sanções. 
A Ruscal, por exemplo, a maior produtora de alumínio do mundo, de Oleg Deripaska, já perdeu 60% do seu valor com as sanções. Viktor Vekselberg, do Grupo Renova, com interesses em múltiplas actividades, desde a energia a comunicações e por aí fora, conhecido por despesas astronómicas em arte e coisas variadas, acaba de pedir ao governo um subsídio de 820 milhões de Euros para evitar a bancarrota.
Putin arrota filetes de pescada, mas a coisa vai mal. Se não pára de incomodar os muito ricos, está feito ao bife. É que as sanções do Ocidente estão a bater onde dói, ou seja,  os que o sustentam.

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