ELES COMIAM TUDO E NÃO DEIXAVAM NADA

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Antepassados distantes dos actuais mamíferos, há mais de 66 milhões de anos, vagueavam nas florestas, aos pés dos dinossauros e nas árvores, a alimentarem-se de... insectos. É verdade! Os actuais mamíferos, incluindo o homem, descendem de insectívoros. Como na canção de Zeca Afonso, os dinossauros comiam tudo e não deixavam nada..., além de insectos.
Como é possível afirmar hoje tal coisa? É possível pela análise do genoma dos actuais mamíferos incluindo nós. Quase todos temos genes modeladores de enzimas capazes de digerir insectos, embora a maior parte deles esteja desactivada por falta de função — a função faz o órgão. Em 107 espécies diferentes, investigadores encontraram-nos. Mesmo em tigres e baleias, a maioria dos quais nunca provou um mosquito, estão lá! E esta?!
As enzimas em causa são quitinases, capazes de digerir a quitina, constituinte do revestimento duro de muitos insectos. Ainda hoje o homem tem uma quitinase activa e funcional, útil para algumas populações que incluem na alimentação insectos com quitina. Contudo, foi só a partir da extinção dos dinossauros, que se alimentavam de carne e vegetais e quase monopolizavam o consumo, que os mamíferos quase abandonaram a prática insectívora.

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