sexta-feira, 14 de junho de 2019

DA NECESSIDADE DE DAR TIROS NO PÉ

---
--
O filósofo da Ciência Bennett Holman defende que a interacção entre a indústria farmacêutica e as instituições reguladoras do medicamento dos vários países, instituições encarregadas de assegurar a eficácia e detectar efeitos deletérios dos medicamentos, configura uma "corrida às armas". Os fabricantes dos fármacos desenvolvendo técnicas para condicionar a prática médica e os reguladores procurando detectar essas armas e julgar de forma 
isenta o que há de bom e de mau em cada produto: julgar o que se chama relação risco/benefício.
Não é fácil a situação. A investigação, produção e distribuição de fármacos é um dos sectores económicos mais importantes e influentes do mundo. Em 2002, o volume de lucros das 10 maiores farmacêuticas superava os lucros da venda de armas ou das telecomunicações em todo o planeta. Por cada dólar investido no fabrico de um medicamento, obtém-se mil de lucro; e, quando é necessário, a venda é garantida quase sempre.
Esperar que as coisas mudem é ser optimista demais: o lucro fabuloso do negócio assegura a investigação e o investimento que se verifica. Mexer no ciclo actual, verdadeiro "negócio da China", é mais que arriscado, um verdadeiro tiro no pé.
--
--

Sem comentários:

Enviar um comentário