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A situação do país é confusa. É moldada por medidas avulsas, sem racional, e ditadas por um único desígnio: a sobrevivência de Sócrates no poder. Com isto quero dizer que as medidas sociais que o governo está a propor não são motivadas por qualquer assunção de que este é o melhor caminho para o país, mas sim por uma conjuntura que tornou possível serem forças exteriores a dispor das nossas políticas. Como Sócrates admite qualquer coisa, excepto perder o poder, aceita tudo e o seu contrário de modo a aguentar-se em S. Bento.Assim começa Henrique Monteiro a sua coluna no “Expresso” de hoje, coluna intitulada “Reformar ou apenas sobreviver?”. Esta ideia de um Sócrates esgotado politicamente e agarrado a tudo quanto seja bóia para se manter a flutuar, qualquer que seja o tipo da bóia e o modo como flutua, é preocupante. E mais ainda porque, depois de conhecidas as manobras de ocultação e manipulação dos valores reais do défice público, já utilizadas pelo janota em circunstâncias passadas, teme-se que o seu afastamento do poder possa pôr a nu uma montanha de surpresas asfixiantes.
Para já, são claras constatações cuja nitidez não consegue embaciar com o discurso de chavões e lugares comuns que debita fluentemente; como a defesa intransigente do que chama Estado social, diariamente materializada em medidas que se traduzem na liquidação desse Estado. Um homem assim é perigoso. Perigosíssimo se tem a responsabilidade de primeiro-ministro…
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