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Tive um director de serviço que não autorizava os colaboradores a publicar trabalhos da especialidade sem que ele os lesse. E, exigente como era, quase sempre, depois de ler e atirar os papeis do manuscrito e os óculos para cima da mesa, dizia: está tosco — o que encerrava o assunto e implicava voltar tudo ao princípio, sem mais explicações ou considerandos. Lembrei-me disto — vejam lá! — a propósito de António Costa, mais conhecido por "Nosso Primeiro"; e, quem fez tropa, percebe o porquê do cognome. Costa que sempre se distinguiu por trato fino, subtil e delicado, e pela preocupação de cultivar comportamentos próprios de gentleman, como aconteceu com Seguro no PS e com a geringonça para trepar ao poder depois de perder as eleições, mantém o mesmo registo, agora que é Primeiro-Ministro, o que não surpreende.
Ontem, referindo-se à Presidente do CDS, Assunção Cristas, chamou-lhe "aquela senhora que foi Ministra da Agricultura", o equivalente a Assunção Cristas se referir a ele como aquele senhor que foi Presidente da Câmara de Lisboa.
"Costa é tosco" é um bom slogan para campanha eleitoral; e digo isto porque há quem goste e ache graça — até considere uma virtude. O tosco é desenrascado, não se perde com pormenores inúteis, sejam protocolares ou outros, encaixa bem as caneladas do adversário e chuta a bola para a frente com determinação e sem discernimento.
E a Ética?
Ética!? Que é isso? — Costa já fez duas ou três borradas major e está disponível para fazer todas as que forem necessárias para continuar a governar. Costa é tosco: Ponto
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