O candidato à Câmara Municipal de Loures André Ventura proferiu recentemente algumas considerações sobre a etnia cigana, numerosa naquele concelho, segundo parece. Foi como uma bomba que rebentou em todo o País onde há almas politicamente correctas de Norte a Sul e de Nascente a Poente.
A historiadora Irene Pimentel terá escrito:
Esse candidato proferiu declarações racistas e xenófobas, atribuindo a uma etnia certas características consideradas negativas. Além do mais, ao queixar-se de censura ao ‘politicamente incorreto’, esse indivíduo revela não saber o que é censura nem o que é ‘politicamente incorreto’. E está a utilizar uma argumentação contra o chamado ‘politicamente correto’ que tem vindo a ser utilizada pelos populistas de extrema-direita, casos de Donald Trump e Marine Le Pen, como se fosse sua, tomando-nos por imbecis.
E, mais adiante:
Levada ao extremo, a defesa do “politicamente incorreto” não poderá resultar na utilização corrente de expressões social e culturalmente ofensivas (“preto”, “monhé”, “paneleiro”, etc.) no debate público? Ou na legitimação de ideias fascistas e totalitárias, ódio racial, múltiplas discriminações, negacionismo do Holocausto, entre outros exemplos? Afinal, o “politicamente correto” não funciona como um filtro, uma convenção social de respeito pela diversidade e que possibilita a coabitação social?
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A isto respondeu o sociólogo Cintra Torres, escrevendo entre outras coisas:
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O ‘politicamente correto’ funciona não como um filtro, mas como um funil, uma coação ideológica de uma suposta maioria sobre supostas minorias. Os exemplos da sua pergunta são todos para o mesmo lado. Veja que o ‘politicamente correto’ condena a defesa de regimes fascistas mas não condena a defesa de regimes tão ou mais bárbaros considerados de esquerda. Já tivemos deputados do PCP a defender a ‘democracia’ na Coreia do Norte e a fingir desconhecimento do Gulag, no que foi uma forma de negacionismo. Foram criticados, mas ninguém arrancou cabelos em protesto. Condena os excessos de israelitas por serem de judeus, há muito anti-semitismo de ‘esquerda’ em Portugal, e não condena os excessos de palestinianos. Condena a Igreja Católica de cada vez que surge um caso de pedofilia e não condena as estruturas religiosas islâmicas que, ao contrário da Igreja, defendem práticas que podemos considerar pedófilas (os casamentos de crianças), bem como todos os abusos de minorias homossexuais, violência sobre as mulheres, etc. O ‘politicamente correto’ é uma forma de coação voluntária ou involuntária sobre ideias contrárias que se está a tornar bastante perigosa em vários países ocidentais, pois atenta contra as liberdades individuais e públicas.”
A historiadora Irene Pimentel terá escrito:
Esse candidato proferiu declarações racistas e xenófobas, atribuindo a uma etnia certas características consideradas negativas. Além do mais, ao queixar-se de censura ao ‘politicamente incorreto’, esse indivíduo revela não saber o que é censura nem o que é ‘politicamente incorreto’. E está a utilizar uma argumentação contra o chamado ‘politicamente correto’ que tem vindo a ser utilizada pelos populistas de extrema-direita, casos de Donald Trump e Marine Le Pen, como se fosse sua, tomando-nos por imbecis.
E, mais adiante:
Levada ao extremo, a defesa do “politicamente incorreto” não poderá resultar na utilização corrente de expressões social e culturalmente ofensivas (“preto”, “monhé”, “paneleiro”, etc.) no debate público? Ou na legitimação de ideias fascistas e totalitárias, ódio racial, múltiplas discriminações, negacionismo do Holocausto, entre outros exemplos? Afinal, o “politicamente correto” não funciona como um filtro, uma convenção social de respeito pela diversidade e que possibilita a coabitação social?
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A isto respondeu o sociólogo Cintra Torres, escrevendo entre outras coisas:
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O ‘politicamente correto’ funciona não como um filtro, mas como um funil, uma coação ideológica de uma suposta maioria sobre supostas minorias. Os exemplos da sua pergunta são todos para o mesmo lado. Veja que o ‘politicamente correto’ condena a defesa de regimes fascistas mas não condena a defesa de regimes tão ou mais bárbaros considerados de esquerda. Já tivemos deputados do PCP a defender a ‘democracia’ na Coreia do Norte e a fingir desconhecimento do Gulag, no que foi uma forma de negacionismo. Foram criticados, mas ninguém arrancou cabelos em protesto. Condena os excessos de israelitas por serem de judeus, há muito anti-semitismo de ‘esquerda’ em Portugal, e não condena os excessos de palestinianos. Condena a Igreja Católica de cada vez que surge um caso de pedofilia e não condena as estruturas religiosas islâmicas que, ao contrário da Igreja, defendem práticas que podemos considerar pedófilas (os casamentos de crianças), bem como todos os abusos de minorias homossexuais, violência sobre as mulheres, etc. O ‘politicamente correto’ é uma forma de coação voluntária ou involuntária sobre ideias contrárias que se está a tornar bastante perigosa em vários países ocidentais, pois atenta contra as liberdades individuais e públicas.”
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