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[...] O ideal era termos um idioma em que as palavras não tivessem género, como a língua persa, falada no Irão, Tajiquistão e Afeganistão. Um facto que talvez explique os notáveis progressos em matéria de igualdade de género que esses países registam. Por cá, teremos de ficar satisfeitos e satisfeitas com esta língua enjeitada, que tem problemas difíceis de resolver. Por exemplo, como tornar inclusiva a frase “O João e a Maria foram juntos ao cinema”? A palavra “juntos”, no masculino, oprime obviamente a Maria. Mas a frase “O João e a Maria foram junto e junta ao cinema” parece ser agramatical. Só vejo uma solução: que o João e a Maria não vão ao cinema. Pelo menos até que estejamos habilitados e habilitadas a encontrar uma forma de eles poderem assistir a filmes em liberdade e segurança. [...].
Ricardo Araújo Pereira in "Visão"
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