quinta-feira, 4 de julho de 2019

POR MARES NUNCA DANTES NAVEGADOS

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Escola de Navegação

A capacidade de cruzar os mares, chegando a destino conhecido, ou tentando conhecer novos mundos, foi uma das grandes alavancas no avanço científico da humanidade para o qual muito contribuíram os portugueses. Não se tratava, sobretudo, de enfrentar intempéries ― o que já era complicado ―, mas antes em saber onde se estava e qual a melhor rota para chegar a qualquer sítio conhecido ou, eventualmente, desconhecido.
Naturalmente que navegar com terra à vista foi o primeiro recurso, embora com grandes limitações, dada a extensão dos oceanos e a impossibilidade de avistar terra em muitos locais. Sendo assim, era inevitável que os novos pontos de referência fossem as estrelas durante a noite e a Estrela-Mor para nós, o Sol, durante o dia. Navegar, no tempo do Infante exigia ser capaz de fazer uma leitura complicada da posição relativamente a estrelas conhecidas, se as condições meteorológicas o permitissem.
Por razões que não interessam agora, atravessei há 50 anos o Oceano Índico em “tirada" directa de navio, de Dili à cidade agora chamada Maputo, em rota onde só se via mar, e pude perceber o que já eram os modernos meios de navegação, embora já haja muito melhores actualmente ― bastava traçar na carta três azimutes de três rádio-faróis para desenhar na carta um triângulo dentro do qual estávamos ― e isto era há 50 anos! Imagine-se como será agora.
Viveu em tempos um neurocirurgião que afirmava honestamente para quem o ouvia: "A minha experiência cirúrgica assenta sobre um monte de cadáveres". As descobertas portuguesas ― e não só ― também foram feitas em cima de número incontável de naufrágios, até chegarmos à perfeição  de acordarmos em Londres e estarmos em S. Francisco, menos de 12 horas depois.

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