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É difícil tomar partido nesta disputa. A ortografia sempre evoluiu e há muito deixámos de escrever pharmácia, parocho, ou Hespanha. Mas as alterações introduzidas devem ter um motivo forte porque têm custos materiais e funcionais muito elevados. A leitura não se faz letra a letra, ou sílaba a sílaba – penso eu – mas sim pelo aspecto gráfico da representação dos fonemas. E mudar esse aspecto encrava um nadinha a rapidez da leitura e distrai; pelo menos durante tempo mais ou menos longo, pois representa uma parte da aprendizagem da leitura.
Posto isto, era bom conhecer quais as razões para a entrada em
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Falo porque nesta perspectiva a quantidade de cedências de cada lado deve ser proporcional às vantagens adquiridas; e o Brasil cedeu muito menos que Portugal no número e qualidade das alterações introduzidas. Sei que se pode fazer uma contabilidade disto favorável a Portugal, mas é uma contabilidade falaciosa porque toma em conta apenas aspectos aritméticos, sem considerar o valor qualitativo das alterações.
Desta vez, não se altera a pronúncia das palavras, mas temo que na próxima o mesmo já não aconteça, dada a tendência de Portugal para ceder nestas coisas. Chegaremos ao ponto de oussê ter de viajá ao Braziu acompanhado da sinhóra Antônia p'ra entendê aquela genti!
Lembrei-me do Acordo porque os charadistas constituiram agora nova frente de contestação. É que nesta fase de indefinição sobre a entrada em vigor, não sabem como elaborar "palavras cruzadas", "sopa de letras" e coisas assim. Efectivamente, profissional de teatro com cinco letras pode ser actor ou atriz, por exemplo. Uma trapalhada!
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