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Anos mais tarde, soube que investigadores militares tinham usado o seu trabalho, criando poderosos herbicidas para uso em tempo de guerra. Todos se lembram que, a partir de 1962, os Estados Unidos lançaram mais de 50.000 toneladas do desfolhante nos campos e florestas do Vietname. Era o célebre Agente Laranja, assim chamado porque era embalado em recipientes identificados com uma faixa laranja.
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O Agente Laranja era não só devastador para as culturas e vegetação natural, mas também tóxico para as pessoas e animais, além de ter consequências gravíssimas no futuro para o ambiente e produção alimentar. Galstone esqueceu a carreira científica para se envolver numa campanha nacional contra o uso militar do desfolhante. Em 1970, cinco anos antes da guerra acabar, Nixon ordenou a suspensão dos “sprays” da Agente Laranja no Vietname. Galstone respirou fundo. Escreveria mais tarde nos Anais da Academia das Ciências de Nova Iorque:
Sempre pensei que se podia evitar a utilização anti-social da Ciência, simplesmente não trabalhando em projectos susceptíveis de ser usados com fim destrutivo ou desumano. Aprendi que as coisas não são assim tão simples. O único recurso é o envolvimento do cientista até às últimas consequências.
A guerra cria condições para enormes progressos científicos, como a invenção do radar. Mas também tem a horrível faceta de transformar a Ciência em arma do diabo.
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