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Portanto — e como tudo tem uma explicação, mesmo que não se conheça — importa perceber porquê o referido. Deve haver uma razão e, se calha, Darwin está metido nisso! Será que a amizade, condicionada pela genética, ajuda à sobrevivência? Inesperadamente, parece que sim — amizade será mecanismo de defesa da espécie.
Se se era mais sensível ao frio, é compreensível que a tendência, ou gosto, para fazer fogueiras condicionasse a amizade, ou o acasalamento. O mesmo para alguns sentidos como o olfacto. É natural que o convívio seja mais provável entre pessoas que partilham a mesma sensibilidade ao mau — ou ao bom — cheiro.
Curiosamente, as diferenças genéticas também poderiam ser úteis, e elas existem nalguns aspectos, em maior número em pares de amigos que na população em geral. Por exemplo, no que respeita à imunidade. A susceptibilidade a algumas doenças microbianas tende a juntar-se a protagonistas resistentes, o que diminui a probabilidade de contágio e por aí fora.
Dir-se-á que tais pontos de vista são de eficácia tão lenta que dificilmente se aceitam. A verdade é que a selecção natural não tem pressa nenhuma — nunca teve: por isso demorou tanto até alguém se lembrar dela. Milhares de gerações são minutos. Quanto tempo acha que, no homem, demorou a perda da oponência no dedo grande do pé?. Não sei, mas muito mais que as obras em frente da Fonte Nova!
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