sábado, 29 de julho de 2017

SÓ COM O DEDO NO NARIZ

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David Aaronovitch escreve hoje no The Times um artigo como título "Why Trump diehards are blind to reality" em que diz, a páginas tantas, o seguinte: 

[...] Os meus pais eram movidos pelo desejo de construir na Terra uma herança valiosa, antes de morrer. Converteram-se ao comunismo, acreditando que a Grande Revolução de Outubro tinha trazido nova existência ao mundo. Lutaram pelos direitos e melhores condições dos trabalhadores, pelo fim do racismo e da exploração e por aí fora. Sacrificaram dinheiro, carreiras, tempo. E abraçaram uma das maiores mentiras do Século XX. Acreditaram que os julgamentos dos anos 30 e 40 eram processos justos e as "purgas" lamentáveis necessidades. E quem dissesse diferente estava intoxicado pela imprensa burguesa.
Então, em 1956, o líder soviético Nikita Khrushchev disse ao mundo que quase tudo que a imprensa burguesa dizia de Stalin era verdade e toda a tralha que os leais comunistas britânicos vinham dizendo era completamente falso. Mesmo assim, alguns comunistas não acreditaram.
O artigo, que pode ser lido aqui, tem mais de 1.400 palavras e não vou reproduzi-lo todo — o citado chega para o que me traz aqui. Aaronovitch fala dos comunistas para explicar porque Trump continua a ser apoiado, não obstante "não dar duas para a caixa". A política é como o futebol e outras actividades clubísticas — primeiro a emoção e, só depois, a razão. Boa parte dos apoiantes de Trump, e dos militantes políticos em geral, comporta-se como os associados dos Super Dragões e similares; às vezes pior 
— daí que, política, só com o dedo no nariz (infelizmentie).
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