quarta-feira, 19 de julho de 2017

EM ITÁLICO

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António Costa tinha ganho em ficar calado em vez de atacar a Altice no recente debate do estado da nação e nos propósitos que retomou, mais moderadamente, anteontem. Desde logo porque a companhia franco-israelita só comprou a PT porque o próprio PS, através do governo de Sócrates, permitiu uma série de operações que desvalorizaram a companhia para financiar o Grupo Espírito Santo.
De facto, foram combinações entre Sócrates, Salgado, Bava, Granadeiro e mais uns quantos que levaram à venda da PT, a mais dinâmica e prestigiada empresa portuguesa, erguida por milhares de pessoas dedicadas até surgirem certas aves de rapina. Para ser rigoroso, é preciso dizer que o que a Altice comprou e salvou era uma ruína comparada com o que a PT já tinha sido. Por isso mesmo, Costa deveria saber melhor que ninguém que se, por exemplo, houve falhas técnicas em Pedrógão que se repetiram em Alijó, talvez certas razões de fundo residam no muito que se passou para trás, com a destruição de valor da empresa ou até por decisões que ele próprio tomou quando comprou e renegociou o SIRESP enquanto ministro. Mas, se, porventura, o ataque de Costa à Altice tivesse mais a ver com reservas à compra da TVI (uma operação de enorme dimensão e revolucionária), então também não tinha razão. É que a mudança de donos resultou da insolvência do grupo espanhol Prisa, que controla o “El País” e que pertence a socialistas. Portanto, se queria queixar-se, António Costa deveria ter ligado para Madrid e, simultaneamente, admoestar e remodelar alguns dos seus ministros que integraram o governo devastador de José Sócrates, como Santos Silva e Vieira da Silva, para citar apenas Silvas.
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Eduardo Oliveira e Silva in "i"
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