sexta-feira, 7 de julho de 2017

CÉU GERALMENTE POUCO NUBLADO

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Já pensou porque é azul o céu? E será, de facto, azul? Pelo menos é assim que o vemos nos dias sem nuvens, ou nos intervalos entre estas. 
É azul e não é — o que é azul é o ar que nos envolve, ou seja, a atmosfera. O céu é preto e passo a explicar, para quem não sabe (devem ser poucos os leitores d'O Dolicocéfalo que não sabem).



A radiação do Sol que nós vemos tem muitas cores, desde o vermelho ao violeta. Quando incide, por exemplo, numa folha de alface, esta absorve todas as cores menos o verde que reflecte e nós vemos. Por isso, dizemos que a alface é verde. Coisa semelhante acontece com as moléculas do ar: absorvem quase todo o espectro de cores da luz solar, menos o azul que reflectem. Voilà.
Os astronautas, por exemplo, para além — e fora — da atmosfera, não têm céu azul — ali o céu é mais negro que o Orçamento do Estado Português. Vêem cores, naturalmente, dos fatos brancos, azuis, vermelhos e por aí fora, mas o céu é preto. Não há nada ali que faça fatias do espectro electromagnético. O céu dos astronautas é como o fiambre da perna não fatiado. Na Terra, a atmosfera "corta fatias azuis" do espectro solar.
Outro sentido que depende da atmosfera é a audição. O som é constituído por ondas de vibração do ar que agitam os tímpanos. Sem ar, não há som para nós. Os astronautas que foram à Lua só ouviam porque estavam num ambiente "arejado" e pressurizado artificialmente. Ali não há concertos musicais... só consertos...
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