.
.
A respeito de militares, conta-se uma história do tempo dos afonsinhos que se tornou actual. Um sargento pergunta ao recruta como se limpa a espingarda. Perante a hesitação e as asneiras deste, berra-lhe com maus modos: "A espingarda limpa-se com muito cuidado, sua besta". Lembrei-me disto ao ler num jornal, a respeito do roubo de armas e munições de um paiol em Tancos, que Sua Excelência o Presidente da República — e Comandante Supremo das Forças Armadas, título que "manda ventarolas" — terá afirmado que “se deve investigar até ao fim em matéria de factos e responsabilidades” — só se esqueceu de acrescentar "suas bestas".
Ser Presidente da República não é incarnar uma figura de opereta que passeia por festas e romarias a tocar bombo, beijar velhas de bigode e carrapito, comer "sandes de três" em tascas e "voar" à noite para um concerto pífio no Meo Arena. A conversa de que "se deve investigar até ao fim" é bola; zero; nada — mistela para encher chouriços. Alguém, nas Forças Armadas, seja praça, sargento, oficial, general ou marechal a leva a sério?
.
Sem comentários:
Enviar um comentário