sexta-feira, 4 de agosto de 2017

DO IDEALISMO AO IRREALISMO

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Foram esta semana lançadas as bases para o reconhecimento da calçada portuguesa como "património imaterial da humanidade". [...]

[...] A decisão da Câmara de Lisboa em se associar a diversas entidades públicas e privadas com o objetivo de preservar, promover e valorizar a calçada portuguesa, bem como de alcançar a classificação de património da humanidade, constitui um marco para a afirmação da identidade de Lisboa no mundo. [...]

[...] A massificação da utilização da calçada conduziu à perda de qualidade deste pavimento. A ausência de fiscalização ou a falta de profissionais qualificados têm conduzido à degradação de pavimentos em calçada, tornando-os pouco confortáveis ou até inseguros.
Mas, quando bem aplicada e adequadamente mantida, a calçada portuguesa é um pavimento capaz de assegurar todas as exigências de conforto e segurança de uma cidade moderna.
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António Prôa in "Sol"
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Os fragmentos transcritos em cima, do texto publicado no jornal "Sol" com o título "Calçada portuguesa, património mundial", correspondem a duas vertentes literárias: os dois primeiros parágrafos são de poesia lírica, louvável e respeitável, mas irresponsável; o último parágrafo é de prosa realista e objectiva. Tem um "mas" 
 quando diz "mas quando bem aplicada e adequadamente mantida"  que põe o dedo na ferida: é que a experiência de muitos anos já demonstrou que não há condições de exequibilidade para a construção correcta e a manutenção adequada da calçada portuguesa em toda a cidade de Lisboa. Esse é o grande MAS — como dizem os espanhóis, es muy buena pero no funciona.
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