O INENARRÁVEL KIM JONG-IL

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De acordo com a tradição norte-coreana, o nascimento de Kim Jong-il, o “Querido Líder”, ocorreu no cimo do Monte Branco, a mais alta elevação da Península da Coreia com um lago vulcânico no topo, e foi acompanhado por glorioso arco-íris duplo e o aparecimento de uma nova estrela. Contudo, há registos da União Soviética que dizem ter Kim Jong nascido na aldeia de pescadores de Vyatskoye, na Sibéria, onde o pai comandava um batalhão “de pé descalço” constituído por chineses e coreanos exilados.
O mistério do nascimento de Kim é apenas uma das muitas lendas destinadas a reforçar a ideia de enviado do Além para governar a Coreia do Norte. Razão insuficiente para justificar que 23 milhões de cidadãos continuem a aturá-lo. Desde 1990, a economia foi devastada, e milhões de pessoas vivem na fome. Contudo, Kim mantém gostos excêntricos: importa 350.000 libras de conhaque por ano e come caviar, lagosta e sushi; e gasta milhões na frota de Mercedes, sempre renovada, e passa dias a ver filmes de Hollywood, tipo “Rambo” e outras pessegadas. Mas tais excessos nunca serão conhecidos no País porque os telemóveis, jornais, Internet, e livros são proibidos, assim como a música estrangeira e falar da sua sucessão.
Kim Jong-il não é tecnicamente o chefe na Coreia: o seu pai, que morreu subitamente em 1994, foi proclamado “Presidente Eterno” e nunca substituído. Kim Jong-il é apenas a expressão da sua vontade.
Espatifa as verbas do Orçamento de Estado com o terrorismo, mísseis e programas nucleares, enquanto o povo carece desesperadamente de comer. Talvez para evitar perguntas sobre a sucessão, a vida privada de Kim é totalmente secreta. Qualquer que seja o seu estado de saúde, a lenda continuará a ser alimentada para conservar o mandato do Além. Mas, como se pode ver na imagem recente da televisão, a saúde parece não ir muito bem. Kim teve um acidente vascular cerebral em 2008 e tem andado, segundo se diz, a preparar a passagem da chefia ao filho Kim Jong-un, que deve ser outro portento da Dinastia Kim Jong.

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