A felicidade e o bem-estar evoluem na espécie humana ao
longo da vida segundo uma curva em U. São maiores na juventude e início da idade
adulta, diminuem na meia-idade e voltam a crescer na velhice. O fenómeno tem
sido atribuído a factores sociais e económicos, mas parece que não será assim.
Um estudo publicado nos "Proceedings of the National
Academy of Sciences" dos Estados Unidos, da autoria de investigadores da
Universidade da Califórnia, observando o comportamento de 508 grandes símios,
chimpanzés e orangotangos nossos primos, mostra que têm evolução semelhante à
nossa—em U. Tal evolução—com a crise da meia-idade—será provavelmente
condicionada por factores biológicos, nomeadamente hormonais, e não sociais ou
económicos. Cada vez com mais frequência surgem factos que atestam a nossa
origem comum. Resta saber quem teve mais sorte: se nós, com a extraordinária
capacidade mental que temos e nos permitiu modificar o ambiente e a sociedade como
modificámos, se os símios que vivem tranquilamente sem a crise do euro, sem
austeridade, sem parlamentos, sem políticos.
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