Quando chega a
hora dos despedimentos nos jornais, há uma diferença profunda entre o homem
comum e Baptista-Bastos. O homem comum é dispensado. Baptista-Bastos é saneado.
Ao longo da sua invejável carreira de mais de seis décadas, em que passou (palavras
suas) “por todos os jornais nacionais”, a sua saída de dezenas e dezenas de
publicações só se verificou por um de dois motivos: ou porque teve melhor proposta
para o seu imparável génio, ou porque tentaram calar a sua infatigável voz.
[...]
Assim começa hoje a crónica de João Miguel Tavares no
"Público". O resto é daqui para cima—arrasa BB. Sendo BB completamente
irrelevante, cuja irrelevância é proporcional ao ridículo e ao pretensiosismo
que cultiva, falo frequentemente nele porque todos temos fraquezas e uma das
minhas debilidades é o facto de BB me irritar. Não vou explicar porquê, mas
tudo começou com a sua conversa numa farmácia da Avenida de Roma, onde perorava
em voz alta ao telefone—uma náusea.
Para BB, convicto socialista científico, o mundo é um
filme a preto e branco em que o preto domina, embora incapaz de acabar com o
branco enquanto houver cruzados como ele, vítimas da ignomínia de saneamentos políticos
que não calam as suas vozes. Bem unidos façamos/Nesta luta
final/Uma terra sem amos/A Internacional...Pó, popopó, popó, popó...
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