sábado, 27 de dezembro de 2014

ÉTICA REPUBLICANA

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O cidadão António Arnault enviou um livreco qualquer ao cidadão José Pinto de Sousa—também conhecido por Zezito, às vezes Sócrates—detido na cadeia de Évora, onde há regras democráticas de funcionamento interno, estabelecidas dentro do mais completo rigor da liberté, égalité et fraternité, com total respeito pela Ética Republicana. As referidas regrasconcebidas durante os saudosos tempos em que Zezito era Primeiro-Ministro de Portugal d'Aquém e d'Além-Mar e superintendia na feitura das leis que regem os estabelecimentos prisionais, incluindo aquele onde agora descansa da cansativa vida social em Paris de Françaestipulam que cada cidadão da República só pode receber pasquins e similares com limitações democráticas, fraternas, igualitárias e libertárias, razão porque o supracitado pasquim fez ricochete nas leis republicanas da cadeia e regressou ao remetente, cidadão António Arnault, também conhecido por Pai do Serviço Nacional de Saúde, Fundador do Partido Socialista e ainda, à semelhança do Poeta Alegre, "Histórico" da mesma agremiação.
Escândalo!!!
O cidadão Arnault convoca os media e torna pública a sua indignação perante tal insulto. Vai mesmo guardar o pasquim e respectivo continente devolvidos  para memória futura do desrespeito pela Ética Republicana. Se fosse outro cidadão que enviasse umas quantas barras de chocolate a um filho ali detido e visse o suplemento alimentar ser devolvido, estava certo—aos cidadãos anónimos, as leis da República são para aplicar e calar; mas ao Pai do Serviço Nacional de Saúde, fundador e "Histórico" do PS, jamé. Ainda por cima, uma obra daquele quilate!
Sabem o que acho? São todos uns bons estupores republicanos.
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