.
O cidadão António Arnault
enviou um livreco qualquer ao cidadão José Pinto de Sousa—também conhecido por
Zezito, às vezes Sócrates—detido na cadeia de Évora, onde há regras
democráticas de funcionamento interno, estabelecidas dentro do mais completo
rigor da liberté, égalité et fraternité,
com total respeito pela Ética Republicana. As referidas regras—concebidas
durante os saudosos tempos em que Zezito era Primeiro-Ministro de Portugal
d'Aquém e d'Além-Mar e superintendia na feitura das leis que regem os
estabelecimentos prisionais, incluindo aquele onde agora descansa da cansativa
vida social em Paris de França—estipulam que cada cidadão da República só pode
receber pasquins e similares com limitações democráticas, fraternas, igualitárias
e libertárias, razão porque o supracitado pasquim fez ricochete nas leis republicanas
da cadeia e regressou ao remetente, cidadão António Arnault, também conhecido
por Pai do Serviço Nacional de Saúde, Fundador do Partido Socialista e ainda, à
semelhança do Poeta Alegre, "Histórico" da mesma agremiação.
Escândalo!!!
O cidadão Arnault convoca os
media e torna pública a sua indignação perante tal insulto. Vai mesmo guardar o
pasquim e respectivo continente devolvidos para memória futura do desrespeito pela Ética
Republicana. Se fosse outro cidadão que enviasse umas quantas barras de
chocolate a um filho ali detido e visse o suplemento alimentar ser devolvido, estava
certo—aos cidadãos anónimos, as leis da República são para aplicar e calar; mas
ao Pai do Serviço Nacional de Saúde, fundador e "Histórico" do PS, jamé. Ainda por cima, uma obra daquele quilate!
Sabem o que acho? São todos
uns bons estupores republicanos.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário