Vladimir Putin, o 007 moscovita, é uma figura patética. Com
andar bamboleante de mestre em artes marciais e especial gosto em deixar-se
fotografar em poses de caçador de leões e encantador de serpentes—especialmente
serpentes do sexo feminino—está enrascado com o imbróglio que arranjou na
Crimeia e na Ucrânia. Há dias, numa conferência de imprensa, interrogado se não
temia um golpe palaciano, respondeu aos jornalistas dizendo para estarem calmos
porque não tem palácios; só o Kremlin, que está bem defendido.
A respeito, José Milhazes lembra que no tempo dos comunistas
também não havia palácios e, em 1964, Nikita Khrutschov levou um chuto no fundo
das costas quando, ironicamente, estava de férias na Crimeia. A primeira coisa
que Putin deve fazer é não fazer férias na Crimeia—dá azar. A segunda é baixar
a bola porque, embora robusto atleta, é fraco no jogo alto. Tem um País que, se
não tivesse petróleo e gás, seria hoje um Burundi em ponto grande.
Putin arrota a lombos de linguado porque está politicamente
esgotado e disfarça assim. Agora promete o Céu para daqui a dois anos. Há 14 no poder, ainda não fez nada—se descontarmos a protecção de
uns tantos compadres mundialmente conhecidos por trafulhices. Agarra-se a
ideias fora de época e apela ao patriotismo dos russos, agitando o perigo de
putativas ameaças externas—coisas do Século passado, ou mais antigas—porque não
tem mais nada no encéfalo. Teve, isso sim, 14 anos para mostrar o que vale e já
se viu: não vale nada. Acabou.
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